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Distanciamento social atinge em cheio economia boutique

11 mar 2020, 17:30 - atualizado em 11 mar 2020, 17:30
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Com a propagação global do vírus, o “distanciamento social” recomendado por autoridades de saúde afeta particularmente profissionais cujos empregos dependem do contato pessoal (Imagem: Bloomberg)

Autoridades de saúde recomendam manter distância de um metro de outras pessoas para diminuir as chances de se contaminar com o novo coronavírus.

Para pessoas como Scout Robi em Sydney, isso significa deixar de ir ao cabeleireiro.

“É um ambiente com contato muito próximo com outras pessoas”, disse a estudante de arte-terapia, de 31 anos. “Como tenho um problema no coração e um risco um pouco maior de complicações, decidi que é melhor ser mais cautelosa por enquanto.”

Com a propagação global do vírus, o “distanciamento social” recomendado por autoridades de saúde afeta particularmente profissionais cujos empregos dependem do contato pessoal.

Enquanto muitas pessoas podem trabalhar de casa em seus laptops, cabeleireiros, personal trainers, manicures ou professores de violino não têm tanta sorte.

Muitos trabalham meio período ou são autônomos, o que os torna vulneráveis ao coronavírus de uma maneira não imediatamente capturada pelos alertas de lucro das grandes empresas que dominam as manchetes.

Embora a demanda por serviços sofisticados tenha crescido durante mais de uma década de ganhos nos mercados financeiros, a chamada economia boutique se prepara para o impacto com o avanço do surto na Europa e nos EUA.

“Certamente penso nisso e meus clientes também. Acho que não tive um único compromisso nas últimas semanas em que isso não tenha sido mencionado”, disse Claire Taylor, 35 anos, massagista autônoma em Baltimore, nos EUA. “Tenho sorte de meu marido ser assalariado, mas não sei o que faria se não tivesse esse amortecedor.”

Academias, spas

O vírus já causou estragos em academias e spas depois que cerca de 80 infecções na Coreia do Sul foram atribuídas às aulas de Zumba. Os participantes das sessões espalharam a doença entre parentes e outras pessoas, segundo autoridades locais.

A rede de academias exclusiva para mulheres Curves Holdings Co. fechou todas as mais de 2 mil filiais no Japão esta semana.

Na Itália, com o pior surto da Europa, o Aspria Harbour Club, nos arredores de Milão – um oásis para ricos que procuram fugir da agitação da capital empresarial da Itália -, fechou antes mesmo de o governo impor um bloqueio à região e depois em todo o país.

Tais medidas podem resultar em grande impacto para um setor que movimenta bilhões de dólares. O setor global de academias foi avaliado em cerca de US$ 94 bilhões em 2018, segundo a Statista.

Outros centros permanecem abertos, mas tomam precauções que podem afastar clientes que procuram escapar do estresse cotidiano.

Para entrar nos estúdios de Hong Kong da rede Pure Yoga, todos os participantes precisam medir a temperatura, de acordo com participantes.

A operadora de academias de luxo Equinox, de Nova York, tem usado desinfetantes de nível hospitalar e disse aos membros para limparem os equipamentos com mais frequência.