Dividend yield de 12,3%: XP recomenda fundo imobiliário e vê espaço para valorização

A XP Investimentos reiterou a recomendação de compra para o fundo imobiliário Kinea Índices de Preços (KNIP11), com preço-alvo de R$ 92,34. Com a cota negociada atualmente a R$ 90,55, o potencial de valorização é de 2%.
Os analistas da casa projetam ainda um dividend yield de 12,3% para os próximos 12 meses, o que representa um rendimento médio mensal de R$ 0,93.
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Segundo a corretora, o fundo se destaca pela gestão experiente e qualificada da Kinea Investimentos, pela carteira de crédito de baixo risco e garantias robustas, além de apresentar menor volatilidade em relação aos pares.
Com um patrimônio líquido de aproximadamente R$ 7,4 bilhões e mais de 72 mil cotistas, o KNIP11 está entre os maiores FIIs do mercado, representando cerca de 5,2% do IFIX.
Embora seja destinado apenas a investidores qualificados, o fundo conta com uma alta liquidez diária para os padrões da indústria, em torno de R$ 7 milhões, de acordo com a XP.
Performance acima do CDI
Em relatório, os analistas ressaltam que, desde sua estreia, o Kinea Índices de Preços — que é focado em ativos de renda fixa de natureza imobiliária, como os CRIs — acumula uma rentabilidade de 116%, superando o CDI bruto no mesmo período (104%).
Pela métrica de rentabilidade ajustada, que considera a variação do patrimônio somada ao reinvestimento dos dividendos, o retorno histórico corresponde a IPCA +5,7% ao ano.
Apesar de ficar atrás de outros FIIs, como o MCCI11, a XP destaca que esse desempenho supera pares de referência, como RBRR11 e HGCR11:
Resultado beneficiado pela inflação
Entre janeiro e abril deste ano, a receita do KNIP11 atingiu R$ 4,66 por cota, um crescimento de 10% na comparação anual.
Esse resultado, segundo a casa, foi impulsionado por uma inflação mais alta, que elevou a receita proveniente dos CRIs em 13%, por meio do aumento da correção monetária.
Carteira 100% adimplente
Atualmente, 107,6% do patrimônio líquido (PL) do fundo está alocado em 107 operações de CRIs, todas adimplentes. A alocação total supera o PL em 7,6 pontos percentuais devido à alavancagem.
A carteira é praticamente 100% indexada à inflação, com taxa média de IPCA +10% ao ano e duration de 4,2 anos.
De acordo com a XP, o portfólio apresenta alta diversificação, com a maior posição – o CRI Gazit Malls – representando apenas 5% dos ativos.
Além disso, o risco de crédito é considerado baixo, tendo como principais devedores outros fundos imobiliários (operações lastreadas em fluxo de aluguéis) e empresas consolidadas, como JHSF, MRV e Brookfield.
Riscos no radar
Entre os principais pontos de atenção, a corretora destaca o fator mercado, ressaltando que, como todo ativo negociado em Bolsa, o fundo está sujeito às oscilações de preços.
Além disso, por ser um FII de papel, existe o risco de crédito: caso algum devedor deixe de honrar suas obrigações, o fluxo de pagamentos será interrompido, impactando a distribuição de proventos. Embora as operações tenham garantias, a execução pode ser demorada e gerar perdas patrimoniais.