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Dividendos de até 76%: As ações que rendem mais que a Selic a 14,25%

19 mar 2025, 18:50 - atualizado em 19 mar 2025, 18:50
juros selic ata do copom banco central
(Imagem: Agência Brasil)

Como o esperado, o Banco Central bateu o martelo e aumentou a taxa básica de juros em um ponto percentual, para 14,25%.

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Com isso, teoricamente, ativos de renda fixa ganham mais atratividade, enquanto ações perdem brilho. Porém, algumas companhias ainda conseguem entregar bons retornos aos seus acionistas que, inclusive, superam a Selic.

A pedido do Money Times, a Elos Ayta levantou os papéis que pagam mais que os juros. Veja abaixo.

Empresa Ticker Dividend Yield 2025
SYN SYNE3 76%
Marfrig MRFG3 28%
Petrobras PETR4 21%
Petrobras PETR3 21%
Valid VLID3 18%
Copasa CSMG3 16%
Cemig CMIG4 14%

Usado como referência, o dividend yield (DY) é um indicador que mede o retorno dos dividendos pagos em relação ao preço do ativo.

Se um ativo custa R$ 10 e paga R$ 1,20 em dividendos ao longo do ano, seu DY é de 12%. Quanto maior esse indicador, maior o retorno que o investidor recebe apenas com os dividendos.

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Mas há um ponto de atenção: um DY alto pode ser um sinal positivo, mas também pode indicar que o ativo perdeu valor recentemente, o que pode ser um risco.

Isso porque se uma ação que custa R$ 10 e paga R$ 1 de dividendos cair para R$ 5, o DY sobe para 20%. Isso pode ser uma oportunidade, mas também um alerta sobre problemas na empresa.

“Portanto, ao analisar um DY alto, é crucial considerar a sustentabilidade dos dividendos, os fundamentos da empresa ou fundo imobiliário e as razões por trás da queda no preço do ativo”, diz a Rico Investimentos.

Quais ações?

O destaque da vez vai para a SYN, antiga Cyrela Properties, com retorno de mais de 70%. Longe dos holofotes da Petrobras e Vale, a companhia atua na gestão de propriedades, principalmente de shoppings, tento no portfólio nomes como o Shopping Cidade de São Paulo, na Avenida Paulista.

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O valor pode estar relacionado, no entanto, a distribuição do capital social. Em dezembro do ano passado, a companhia informou que faria o processo de redução no valor de R$ 560 milhões, correspondente a R$ 3,66 por ação.

O pagamento já foi realizado no dia 18 de dezembro de 2024.

Outros papéis

Além disso, outros papéis também aparecem bem colocadas. Entre eles está a Marfrig (MRFG3). De acordo com Morgan Stanley, o frigorífico segue atrativo, com a ação sendo negociada em 5,4x 2025e EV/Ebitda, em linha a média histórica pré-BRF, mas com o valuation histórico tendo perdido relevância.

O Morgan Stanley destaca que o setor de carne bovina nos EUA está em seu momento mais desafiador do ciclo, com margens Ebitda em torno de 2%, abaixo da média de 5% observada em períodos mais equilibrados.

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Isso pode levar a uma subestimação do real potencial de lucro e geração de caixa da empresa. Além disso, o banco ressalta que, historicamente, a empresa tem um desempenho superior ao de seus concorrentes nos EUA.

Já a Petrobras (PETR4) continua bem posicionada. O BTG diz que a empresa é a top pick (favorita) no setor de petróleo e gás, oferecendo uma combinação atraente de:

  • crescimento sólido da produção,
  • exposição ao dólar,
  • dividendos competitivos
  • governança corporativa que, embora não seja perfeita, inclui as proteções importantes

O BTG ainda diz que os recentes ajustes no capex – com o objetivo de alinhar melhor o progresso físico e financeiro – moderaram as expectativas de dividendos de curto prazo e podem ter algum impacto sobre os múltiplos de valuation.

“No entanto, se a produção se mantiver no rumo certo e os investimentos contribuírem para uma evolução mais rápida, a sólida base de ativos da Petrobras, especialmente nos campos do pré-sal, deverá continuar gerando um caixa (FCFE) robusto, apoiando os payouts de longo prazo”.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É também setorista de setor financeiro. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É também setorista de setor financeiro. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.