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Do Sul ao Centro-Oeste: O presente e o amanhã da agricultura, segundo o produtor rural

03 dez 2025, 12:36 - atualizado em 03 dez 2025, 12:36
3tentos agropecuária agronegócio produtor rural
Durante o Investor Day da 3tentos, 3 produtores debateram as mudanças que a agricultura atravessou nos últimos 20 anos e fizeram projeções para o futuro

O 3tentos (TTEN3) Day reuniu três produtores rurais de diferentes regiões do Brasil, que apresentaram cenários distintos e perspectivas para a agropecuária nacional com base nas transformações dos últimos 20 anos e nas novas tendências do setor.

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O “Painel do Campo: Evoluções e Desafios do Agro”, mediado por Luiz Augusto Dumoncel, COO da 3tentos, contou com a participação de Thalles Pezzini, produtor em Santa Bárbara do Sul (RS); Daniel Gonçalves da Silva, de Jaguarão (RS); e Peterson Piovesan, de Porto dos Gaúchos (MT).

Entre as principais mudanças desde 2005, os produtores destacaram:

  • Plantio direto: essencial para manter a produtividade e a sustentabilidade do solo;
  • Biotecnologia: maior eficiência e redução de custos;
  • Agricultura digital: precisão crescente na tomada de decisão;
  • Piora da relação custos/margens: exigindo mais gestão e eficiência operacional.

O papel da diversificação e a “inimiga” da agricultura

Com 28 anos na atividade e nove anos à frente da gestão familiar, após processo de sucessão, Thalles Pezzini cultiva soja, milho e trigo — tanto irrigado quanto de sequeiro. Para ele, a diversificação é um dos pilares do futuro da agricultura.

“Um dos segredos da longevidade no agro é não colocar todos os ovos na mesma cesta — diversificar culturas, ciclos e sistemas para sustentar resultados ao longo dos anos. Trabalhamos a céu aberto; tudo pode acontecer; por isso diversificar é essencial.”

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Pezzini reforça que o produtor não pode se emocionar nos anos bons, nem se desesperar nos anos ruins. Olhando para os próximos 20 — “ou até 100” — anos , ele acredita que o grande desafio será reduzir a variabilidade dos resultados.

“Variabilidade é inimiga da agricultura. Precisamos buscar consistência ao longo dos anos. Como fazer isso? Com tecnologia, IA, análise de dados, gestão de pessoas, sucessão bem estruturada e investimentos que tragam estabilidade: irrigação, rotação de culturas, manejo de solo e integração.”

O empresário do campo e a importância da rotação de culturas

Há seis anos na metade sul do Rio Grande do Sul — região de grandes oportunidades, mas também de forte volatilidade climática —, Daniel Gonçalves da Silva opera um sistema de rotação conhecido como “ping-pong” entre arroz e soja. A estratégia tem gerado ganhos agronômicos e maior produtividade para ambas as culturas.

Segundo ele, a lógica agronômica precisa estar acima da econômica: “A rotação melhora o solo e sustenta resultados no longo prazo. Isso é essencial”.

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Daniel reforça ainda que o produtor rural se tornou um empresário do campo, e que a gestão é condição básica para sobrevivência.

“Há 20 anos, muitas propriedades eram tocadas sem estrutura de empresa. Hoje, o produtor que não adota gestão profissional não sobrevive”.

Outro ponto destacado é a evolução da mão de obra rural.

“Não falta gente no campo — e hoje o campo paga mais que a cidade. Estamos vendo uma mudança no perfil da mão de obra, que deixa de ser intuitiva e passa a ser cada vez mais especializada”.

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Hedge, sucessão familiar e oportunidades nos ciclos de mercado

A família de Peterson Piovesan tem origem na pecuária, e a agricultura entrou apenas na segunda geração, por iniciativa dele e de sua irmã.

“Em 2009, decidimos entrar na agricultura para recuperar pastagens degradadas. Começamos com arroz de sequeiro, em módulos pequenos. O primeiro módulo de soja veio em 2012”.

Para Peterson, manter-se na atividade exige cada vez mais uma postura de empresário rural, com estratégia clara de hedge e atenção ao processo de sucessão familiar.

“A sucessão é sempre um desafio: o filho pode ter acompanhado o pai desde pequeno, mas não necessariamente na gestão. Erros fazem parte do processo. Trabalhar bem a sucessão é essencial para manter a família no agro por décadas”.

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Ele também destaca a necessidade de saber lidar com os ciclos do mercado. “Muitos produtores erram justamente no ano bom, acelerando demais o custo — e, quando vem o ano ruim, esse custo demora para cair. Mesmo nos anos ruins há oportunidades, e é preciso aproveitá-las. Renovar frota, por exemplo, costuma ser mais vantajoso no final de um ciclo difícil”.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
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