Dólar tem mais uma queda e fecha a R$ 5,31 com apostas de corte nos juros dos EUA após dados de emprego
O dólar teve uma nova pressão do mercado de trabalho dos Estados Unidos mais fraco do que o esperado e, em reação, aumentou as apostas de corte nos juros pelo Federal Reserve (Fed).
Nesta quarta-feira (3), o dólar à vista (USDBRL) encerrou a sessão a R$ 5,3133, com queda de 0,32%.
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O movimento acompanhou a tendência externa. Por volta das 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, operava com recuo de 0,49%, aos 98.867 pontos.
O que mexeu com o dólar hoje?
A aposta do mercado de um novo corte nos juros dos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA) ganhou mais força após dados mais fracos do mercado de trabalho.
O ADP, embora não seja o relatório referência sobre o mercado de trabalho dos EUA, concentrou as atenções dos investidores e calibrou as expectativas sobre a trajetória dos juros na ausência do payroll – relatório oficial de empregos –, que não será divulgado na próxima sexta-feira (5) devido ao shutdown.
Após o dado, o mercado passou a precificar 90% de chance de o Fed cortar os juros na próxima decisão de política monetária. Perto do fechamento, a ferramenta FedWatch, do CME Group, mostrava 89% de chance de o BC norte-americano reduzir os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano. Ontem (2), a aposta era de 88%.
Já a probabilidade de manutenção dos juros caiu de 12% (ontem) para 11% hoje.
O Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed se reúne pela última vez em 2025 na próxima semana, entre os dias 9 e 10 de dezembro. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil também faz a reunião de política monetária nos mesmos dias.
Na comparação com o real, o dólar foi pressionado pelo carry trade favorável a moeda brasileira, com a expectativa de corte nos juros dos Estados Unidos e a manutenção da Selic em 15% ao ano, aumentando o diferencial de juros a favor do Brasil.