Dólar avança com ‘risco Flávio’ e à espera de ‘Super Quarta’ e fecha a R$ 5,43
O dólar operou mais um dia com as atenções concentradas no cenário eleitoral e à espera das últimas decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos de 2025.
Nesta terça-feira (9), o dólar à vista (USDBRL) encerrou a sessão a R$ 5,4359, com alta de 0,28%. Durante a sessão, a moeda norte-americana encostou em R$ 5,50 no mercado à vista.
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O movimento acompanhou a tendência externa. Por volta das 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, subia 0,13%, aos 99.214 pontos.
O que mexeu com o dólar hoje?
A expectativa pelas decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil movimentou o mercado de câmbio nesta terça-feira (9). Hoje foi o primeiro dia de reuniões do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) – nos EUA – e Comitê de Política Monetária (Copom) brasileiro.
Lá fora, investidores esperam majoritariamente que o Fomc do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA) reduza os juros pela terceira reunião consecutiva, em uma decisão não unânime.
Perto do fechamento, a ferramenta FedWatch, do CME Group, mostra 89,4% de chance de o BC norte-americano reduzir os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano. Ontem (8), a aposta era de 86,2%. A probabilidade de manutenção dos juros caiu de 13,8% para 10,6% hoje.
Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deve manter a Selic em 15% ao ano. O mercado, porém, espera alguma indicação de início do ciclo de afrouxamento monetário no primeiro trimestre de 2026, após dados mais fracos da economia na semana passada.
Na avaliação do Bank of America (BofA), os diretores do BC já devem sinalizar um corte nos juros em janeiro. O banco aposta em uma redução de 0,5 ponto percentual na primeira decisão de política monetária de 2026 e uma continuidade do ciclo de flexibilização ao longo do ano, levando a Selic a encerrar em 11,25% em dezembro.
Além disso, a cena eleitoral continuou a “roubar” as atenções. Ontem, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a sua candidatura à Presidência é “irreversível”, em entrevista à Folha de S. Paulo. A declaração foi reafirmada na manhã desta terça-feira.
As novas falas mostraram um recuo à sinalização de que ele poderia desistir da pré-candidatura ao Planalto em troca de apoio político à anistia dos envolvidos nos atos de janeiro de 2023, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Além disso, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) – cotado como o mais provável candidato da direita, na avaliação do mercado, até a semana passada – reafirmou sua “lealdade” ao ex-presidente e disse que apoiará Flávio na corrida à Presidência.
Na avaliação do mercado, a pré-candidatura de Flávio cria uma divisão de forças na direita e “implode’ possíveis alianças entre partidos de direita e de centro nas próximas eleições. Logo, a maior preocupação dos investidores e analistas, por agora, é uma possível reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Durante a tarde, o mercado acompanhou a tramitação do projeto de lei (PL) da Dosimetria, que beneficia o ex-presidente e os demais condenados pela trama golpista e os atos de 8 de janeiro de 2023. Segundo o relator, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), o PL reduz a pena de Bolsonaro de 27 anos e três meses para cerca de dois anos e quatro meses.
Em meio a apresentação do projeto, Flávio Bolsonaro voltou a comentar que a “única hipótese” de ele ser candidato é o “candidato ser Jair Bolsonaro”.