Dólar

Dólar sobe a R$ 5,46 com judicialização do IOF e falas de Powell

01 jul 2025, 17:03 - atualizado em 01 jul 2025, 17:14
dolar-acoes-moeda
O dólar ganhou força ante o real e interrompeu a sequência de três quedas consecutivas com a judicialização do IOF (Imagem: iStock.com/Aslan Alphan)

O dólar interrompeu a sequência de perdas ante o real com o cenário fiscal doméstico no radar. As negociações comerciais dos Estados Unidos e declarações do presidente do Federal Reserve também movimentaram o câmbio no exterior.

Nesta terça-feira (1º), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4612, com alta de 0,50%.



O movimento destoou da tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, caía 0,13% aos 96.742 pontos.

  • LEIA MAIS: Comunidade de investidores Money Times reúne tudo o que você precisa saber sobre o mercado; cadastre-se

O que mexeu com o dólar hoje?

O cenário fiscal concentrou as atenções dos investidores com novos desdobramentos da tensão entre o Legislativo e o Executivo sobre as mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Nesta terça-feira (1º), a Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para defender o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que elevava do (IOF) e que foi derrubado pelo Congresso Nacional na semana passada.

Em entrevista coletiva, o advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou que a decisão dos parlamentares violou o princípio de separação dos Poderes.

Ainda pela manhã, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que, matematicamente, as mudanças no IOF propostas pelo governo, aliadas à revisão dos benefícios fiscais e às medidas previstas na medida provisória (MP) que, entre outras coisas, retira isenções de determinadas aplicações financeiras, garantem o cumprimento das metas fiscais em 2025 e 2026.

Em evento do Citi, em São Paulo, Durigan disse que ele e o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, gostariam de fazer o ajuste fiscal em um ritmo mais rápido, mas que é necessário reconhecer quando não há espaço político para avançar.

O secretário da Fazenda também afirmou que o governo sabe da necessidade de rever gastos, mas que também é necessário enfrentar o problema do lado das receitas — ainda que esta não é uma agenda popular. Segundo ele, governo Lula está comprometido em não permitir que o país passe por uma crise fiscal.

Dólar cai no exterior

O dólar, medido pelo DXY, seguiu enfraquecido em meio às incertezas sobre a política tarifária de Donald Trump e o avanço da proposta que prevê um aumento trilionário do déficit público dos Estados Unidos no Congresso norte-americano.

No final da tarde desta terça-feira (1º), Trump disse que não considera estender o prazo de 9 de julho para o estabelecimento das tarifas recíprocas. “Não estou pensando nisso”, afirmou a repórteres a bordo do avião presidencial após uma viagem à Flórida.

Ainda na esfera político-econômica, o Senado aprovou o pacote orçamentário de Trump, conhecido como “Beautiful Bill“. A proposta deve acrescentar cerca de US$ 3,3 trilhões à dívida pública dos Estados Unidos. O texto retornou à Câmara dos Representantes para uma votação final.

Os investidores também dividiram as atenções com novas declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), Jerome Powell. Ele afirmou que o banco central provavelmente já teria cortado as taxas de juros se não fossem as tarifas.

Ele acrescentou que qualquer movimento futuro depende dos dados e não respondeu diretamente se um corte já em julho seria cedo demais,  em um painel no Fórum sobre Bancos Centrais do Banco Central Europeu (BCE), em Portugal.

Porém, após as declarações, os agentes financeiros elevaram as apostas de início do afrouxamento monetário já na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que acontece no final de julho.

Setembro ainda segue como o mês mais provável para início de cortes nos juros, sendo a aposta majoritária do mercado. A taxa básica de juros norte-americana está na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.

Os dados ficaram em segundo plano. Entre eles, as vagas de emprego em aberto subiram para 7,769 milhões em maio, segundo o relatório Jolts, divulgado pelo Departament do Trabalho do país. Os economistas  consultados pela Reuters previam 7,30 milhões de vagas.

Já o ritmo da manufatura do país permaneceu lento em junho. Segundo o Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM), o PMI de manufatura subiu para 49,0 no mês passado, em comparação com a mínima de seis meses de 48,5 em maio.

Esse foi o quarto mês consecutivo em que o PMI ficou abaixo da marca de 50, o que indica contração no setor que responde por 10,2% da economia. Os economistas consultados pela Reuters previam leitura de 48,8.

*Com informações de Reuters

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
As melhores ideias de investimento

Receba gratuitamente as recomendações da equipe de análise do BTG Pactual – toda semana, com curadoria do Money Picks

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar