Dólar sobe a R$ 5,44 à espera de PIB e sem referência de NY

O dólar iniciou a semana e o mês em alta ante o real com a liquidez limitada pelos Estados Unidos.
Nesta segunda-feira (1º), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4301, com alta de 0,33%.
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O que mexeu com o dólar hoje?
Sem a referência do mercado norte-americano por conta do feriado do Dia do Trabalho nos EUA, o dólar ganhou força ante o real com os investidores em modo de espera.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre será divulgado amanhã (2). A expectativa de economistas, segundo pesquisa da Reuters, é de que a economia desacelere para 0,3% no período na comparação com o trimestre imediatamente anterior, após expansão de 1,4% nos três primeiros meses do ano.
O dado deve calibrar as expectativas sobre a trajetória dos juros. Os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central têm mantido a postura de uma política monetária restritiva por mais tempo com a Selic a 15% ao ano.
Além disso, o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) pela tentativa de golpe de Estado também é nesta terça-feira (12). O inquérito tem sido um ponto de tensão nas relações entre Brasil e Estados Unidos, sendo a justificativa do presidente norte-americano Donald Trump para impor uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros e para a aplicação de sanções individuais a autoridades brasileiras.
À espera das movimentações, os investidores reagiram ao Boletim Focus. Pela 14ª semana consecutiva, os economistas consultados pelo Banco Central cortaram a projeção para a inflação.
Agora, os consultados pelo BC preveem o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 4,85% no final do ano. A estimativa anterior era de 4,86%. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), houve revisão para cima. A projeção para 2025 passou de 2,18% para 2,19%.
As apostas para o câmbio também foram ajustadas, mas para baixo. A previsão para 2025 caiu de R$ 5,59 para R$ 5,56. Já as expectativas apostas para a Selic não sofreram alterações e o mercado prevê a taxa de juros em 15% ao ano em dezembro.
No exterior, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, disse que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) é e deve ser independente, mas afirmou que o BC norte-americano “cometeu muitos erros” e defendeu o direito de Trump de demitir a diretora do Fed Lisa Cook por alegações de fraude hipotecária.
“O Fed deve ser independente. O Fed é independente, mas eu também acho que eles cometeram muitos erros”, disse Bessent à Reuters em uma entrevista em Washington.
Trump vem pressionando o Banco Central, em ataques diretos ao presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, para que faça cortes agressivos nas taxas de juros.