Dólar engata a 5ª queda consecutiva e fecha no menor nível em mais de um ano
O dólar estendeu as perdas por mais uma sessão com a expectativa de corte na Selic no primeiro trimestre de 2026 após a ata da última reunião do Copom e a desacaleração da inflação. O avanço das negociações para o fim do ‘shutdown‘ dos Estados Unidos também contribuiu para o enfraquecimento da moeda.
Nesta terça-feira (11), o dólar à vista (USDBRL) encerrou a sessão a R$ 5,2732, com queda de 0,64%, no menor nível desde junho de 2024.
O movimento acompanhou a tendência externa. Por volta das 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, operava com baixa de 0,02%, aos 99,580 pontos.
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O que mexeu com o dólar hoje?
A divulgação de dados econômicos e a política monetária brasileira trouxeram mais otimismo ao mercado sobre o início do afrouxamento monetário pelo Banco Central até março de 2026.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, subiu 0,09% no mês de outubro, após registrar alta de 0,48% em setembro. A expectativa era de que o IPCA avançasse 0,16% no período. No ano, a inflação acumula alta de 3,73% e, em 12 meses, avanço de 4,68%.
Já o Copom voltou a destacar sua preocupação com a trajetória da inflação. O destaque da ata é a incorporação de uma estimativa preliminar do impacto da mudança recente no Imposto de Renda em suas projeções – “o que limita riscos de alta à frente”, segundo a análise do Itaú BBA.
O banco ainda avaliou que o documento trouxe uma visão um pouco mais otimista sobre as perspectivas de inflação. “O texto indica confiança de que a estratégia atual – manter a Selic inalterada em 15% por um período prolongado – está funcionando”, afirmou a equipe econômica liderada por Mario Mesquita.
Com o entendimento de que a ata trouxe sinais “menos conservadores” e com a desaceleração da inflação, aumentaram as apostas de primeiro corte na Selic no primeiro trimestre de 2026.
O real também foi beneficiado pela valorização das commodities. Os contratos futuros do petróleo Brent encerraram a sessão desta terça-feira (11) com alta de 1,71%, a US$ 65,16 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.
No exterior, o avanço da tramitação de um projeto de lei para o financiamento da máquina pública dos Estados Unidos também aumentou o apetite ao risco dos investidores — e, consequentemente, enfraqueceu o dólar por mais uma sessão.
Na noite de ontem (10), o Senado dos Estados Unidos aprovou um acordo para destravar o financiamento do governo e pôr fim ao shutdown — que já completou 41 dias, sendo a maior paralisação da história norte-americana.
A proposta segue para a Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos. O presidente da Casa, Mike Johnson, disse que deve votar a proposta nesta quarta-feira (12). Após a aprovação pelos deputados, o texto segue para sanção do presidente norte-americano, Donald Trump.
*Com informações de Reuters