Dólar

Dólar cai a R$ 5,53 com inflação ‘fraca’ dos EUA e escalada das commodities

11 jun 2025, 17:05 - atualizado em 11 jun 2025, 17:09
dólar-eua-brasil-real-trump-taxações
O dólar voltou a perder força ante moedas globais e emergentes com inflação norte-americana abaixo do esperado e tensões geopolíticas (Foto: iStock.com/MicroStockHub)

O dólar voltou ao território negativo com desaceleração da inflação nos Estados Unidos e valorização das commodities em meio à escalada das tensões no Oriente Médio.

Nesta quarta-feira (11), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5376, com queda de 0,59% ante o real. 



O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, caía 0,43%, aos 98,670 pontos.

  • LEIA MAIS: Comunidade de investidores Money Times reúne tudo o que você precisa saber sobre o mercado; cadastre-se

O que mexeu com o dólar hoje?

O dólar foi pressionado por novos dados de inflação nos Estados Unidos. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) norte-americano subiu 0,1% em maio, abaixo do esperado. Em 12 meses, a inflação acumula alta de 2,4% — ainda acima da meta do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA).

Embora o CPI não seja a referência do Fed para inflação, o índice é uma parâmetro de ajustes do mercado para as apostas para a trajetória dos juros dos EUA. Após os dados, os agentes financeiros ampliaram as expectativas de que o BC norte-americano deve começar o afrouxamento monetário em setembro.

A probabilidade de corte acumulado de 50 pontos-base os juros também aumentou, segundo a ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group.

Já para a reunião do Fed na próxima semana, os traders veem 99,8% de chance de o BC manter os juros inalterados. Atualmente, os juros dos EUA estão na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.

Os acordos comerciais dos Estados Unidos com países parceiros também movimentaram o câmbio. Os representantes comerciais dos EUA e da China chegaram a um acordo preliminar após uma rodada de negociações, que durou dois dias, em Londres.

Segundo os negociadores dos dois países, o acordo trata sobre as questões de envio de terras raras e ímãs chineses para empresas norte-americanas e ainda precisa ser aprovado pelos presidentes Donald Trump e Xi Jinping.

Na rede social Truth Social, Trump afirmou que ele e Xi vão trabalhar em conjunto para que o acordo funcione.

Por outro lado, as tensões geopolíticas no Oriente Médio escalaram na tarde desta quarta-feira (11). Segundo o jornal The Washington Post, o Departamento de Estados dos EUA autorizou a saída de funcionários da embaixada em Bagdá, capital do Iraque. O departamento também permitiu a saída de pessoal não essencial e familiares do Bahrein e Kuwait.

O movimento acontece um dia após o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmar que  o Irã está “muito mais agressivo” nas negociações nucleares. “O Irã está agindo de forma muito diferente nas negociações do que há poucos dias”, disse Trump em entrevista à Fox News na última terça-feira (10).

Dólar cai ante o real

No cenário doméstico, os investidores continuaram à espera da publicação da medida provisória (MP) que trata da compensação do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A expectativa é de que a MP seja anunciada ainda nesta semana.

Hoje (11), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse  que o pacote de medidas anunciado pelo governo enfrentará “resistência” no Congresso.

Em publicação no X, Motta acrescentou que a apresentação de propostas que apenas elevam a arrecadação, sem cortes de gastos, “não funciona”.

“Trouxemos o Governo para um debate que não é só aumentar tributos, mas cortar gastos… Já comuniquei à equipe econômica que as medidas anunciadas em alternativa ao IOF irão ter resistência do Congresso”, escreveu o presidente da Câmara.

Apesar do impasse sobre o IOF e as incertezas fiscais, o real ganhou força na esteira das commodities. O contrato mais líquido do petróleo Brent, com vencimento em agosto, subiu 4,34%, a US$ 69,77 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.

Países emergentes e exportadores de matérias-primas, como o Brasil, são impactados diretamente pelo preços das commodities.

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
As melhores ideias de investimento

Receba gratuitamente as recomendações da equipe de análise do BTG Pactual — toda semana, com curadoria do Money Picks

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar