Dólar cai a R$ 5,35, com expectativa sobre juros e ausência de retaliações dos EUA

O dólar recuou nesta sexta-feira (12) a medida em que o mercado espera pelo início de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) já na reunião da semana que vem.
A ausência de retaliações dos Estados Unidos ao Brasil após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), também contribuiu pelo alívio da moeda.
O dólar à vista encerrou a sexta-feira em baixa de 0,69%, aos R$ 5,3537 — menor valor desde 7 de junho do ano passado, quando fechou em R$ 5,3247. Na semana, a divisa acumulou queda de 1,11% e, no ano, recuo de 13,36%.
Às 17h06 na B3 o dólar para outubro — atualmente o mais líquido no Brasil — cedia 0,72%, aos R$ 5,3760.
Na quinta-feira a divulgação dos dados sobre pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos, que somaram 263 mil na semana passada, acima dos 235 mil esperados, abriu espaço para a queda dos yields dos Treasuries, em meio à firme percepção de que o Federal Reserve caminha para cortar juros na próxima semana.
Em julho, ao definir tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, o presidente dos EUA, Donald Trump, citou como um dos motivos o julgamento de Bolsonaro, seu aliado. Na noite de quinta-feira, após a condenação, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse que o país “responderá adequadamente a essa caça às bruxas”.
“Mercado esperava alguma retaliação mais forte do Trump, mas não saiu nada”, comentou durante a tarde Vitor Oliveira, sócio da One Investimentos.
Pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o volume de serviços prestados no Brasil cresceu 0,3% em julho sobre o mês anterior — a sexta alta mensal consecutiva do setor, que mostra resiliência em meio ao aperto monetário. Na comparação com julho do ano passado, os serviços cresceram 2,8%, renovando o ponto mais alto de sua série. Economistas esperavam alta de 0,3% sobre junho e crescimento de 2,6% na comparação anual, segundo pesquisa da Reuters.
*Com informações da Reuters