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Dólar fecha quase estável a R$ 5,54 com disparada do petróleo após escalada do conflito Israel-Irã e eleições de 2026

13 jun 2025, 17:04 - atualizado em 13 jun 2025, 17:50
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O dólar ganhou força ante moedas fortes com escalada das tensões no Oriente Médio; divisa, porém, fechou em queda ante real com petróleo (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

O dólar iniciou a sessão em alta com a escalada das tensões no Oriente Médio, mas inverteu o sinal com a valorização do real apoiada pela disparada do petróleo.

Nesta sexta-feira (13), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5417, com leve queda de 0,02% ante o real. Durante a sessão, a divisa chegou a encostar em R$ 5,60.



O movimento destoou da tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, subia 0,71%, aos 97,918 pontos.

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Na semana, o dólar acumulou queda de 0,50% ante o real.

O que mexeu com o dólar hoje?

O dólar, assim como os ativos como ouro e títulos do Tesouro norte-americano, reagiu aos ataques aéreos de Israel contra o Irã durante a madrugada desta sexta-feira (13) — ainda noite da quinta-feira (12)  no Brasil. A divisa norte-americana é considerada um “porto seguro” em tempos de incerteza.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que seu país lançou uma “operação militar direcionada” contra o programa nuclear e de mísseis balísticos do Irã.

Já no final da tarde, o Irã disparou mísseis em direção a Israel em resposta aos ataques.

A agência de notícias estatal do Irã, IRNA, disse que centenas de mísseis balísticos foram lançados em retaliação aos maiores ataques já realizados por Israel contra o Irã, explodindo a enorme instalação nuclear subterrânea iraniana em Natanz e eliminando seus principais comandantes militares. Não houve relatos imediatos de mortos ou feridos.

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, acusou Israel de ter iniciado os ataques e de começar uma guerra.

Os dados econômicos dos Estados Unidos ficaram em segundo plano. O índice de sentimento do consumidor do país elaborado pela Universidade de Michigan, subiu de 52,2 em maio para 60,5 em junho, segundo levantamento preliminar. O resultado veio acima do esperado e foi a primeira melhora do índice em seis meses.

Após o dado, o mercado reforçou a expectativa de cortes nas taxas de juros norte-americanos. Hoje, o mercado precifica um início de afrouxamento monetário a partir de setembro, com redução de 50 pontos-base pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) até dezembro deste ano. Os juros dos EUA estão na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.

“Após uma semana marcada por dados favoráveis de inflação nos EUA, que levaram o mercado a antecipar o início do ciclo de flexibilização monetária pelo Fed, o foco dos investidores agora retorna ao cenário externo, caracterizado pelo aumento da aversão ao risco e pelo temor de uma escalada militar mais ampla — que podem manter o dólar fortalecido na próxima semana”, afirmou Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.

Dólar cai ante real

No cenário doméstico, o real ganhou força com a forte valorização das commodities. O contrato mais líquido do petróleo Brent, com vencimento em agosto, encerrou as negociações com alta de mais de 7% com a escalada das tensões entre Israel e Irã.

Países emergentes e exportadores de matérias-primas, como o Brasil, são impactados diretamente pelo preços das commodities.

Mesmo com as movimentações globais em foco, o mercado de câmbio também manteve as incertezas fiscais no radar. Os investidores seguiram monitorando a possível derrubada do decreto de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOFe a medida provisória divulgada pelo governo nesta semana.

Ontem (12), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que o colégio de líderes da Casa decidiu pautar a urgência para votação de projeto de decreto legislativo que susta os efeitos do decreto do governo do IOF.

Ainda na véspera, associações do setores financeiros e produtivos entregaram um documento com propostas para reequilibrar as contas públicas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em resposta ao aumento do IOF e à criação de novos benefícios sociais.

O “plano alternativo” inclui medidas de corte de gastos e arrecadação de impostos com impacto total de R$ 21,9 bilhões já em 2025 e de R$ 82,8 bilhões em 2026.

Os dados econômicos também ficaram em segundo plano. Entre eles, as vendas no varejo caíram 0,4% em abril na comparação com o mês anterior, contra expectativa em pesquisa da Reuters de recuo de 0,8%.

Além disso, os operadores reagiram à notícia de que o ex-presidente Jair Bolsonaro sinalizou ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que está dispostpo a apoiá-lo como candidato a presidente na eleição de 2026 em uma chapa que teria a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) como vice. As informações são do jornal Estadão.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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