Dólar

Dólar recua com dados fracos nos EUA e fecha a R$ 5,66, mas encerra semana em leve alta

16 maio 2025, 17:03 - atualizado em 16 maio 2025, 17:13
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(Imagem: iStock/eyeglb)

O dólar operou volátil na última sessão da semana e encerrou em queda frente ao real após duas sessões de ganhos. Fluxo de capital estrangeiro e dados piores do que o esperado nos Estados Unidos estão entre os fatores que movimentaram o câmbio.

Nesta sexta-feira (16), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,6695, com queda de 0,16% ante o real.



O movimento destoou da tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, subia 0,22%, aos 101,097 pontos.

Na semana, a divisa norte-americana avançou 0,26%.

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O que mexeu com o dólar hoje?

O mercado de câmbio operou volátil em mais uma sessão e em mais um dia de ajustes com o alívio nas tensões comerciais, principalmente entre os Estados Unidos e a China.

No cenário doméstico, o cenário fiscal seguiu preocupando os investidores, em meio a especulações de que o governo estuda novas medidas para aumentar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O mercado local também reagiu à piora das projeções para a dívida pública. Os economistas consultados pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda projetam que o governo entregará um resultado primário com déficit de R$ 72,687 bilhões em 2025, ante a estimativa anterior de R$ 73,7 bilhões, segundo o Boletim Prisma Fiscal. Apesar da melhora, o número está distante da meta fixada de déficit zero para este ano.

Já para 2026, os economistas elevaram a projeção de R$ 78,2 bilhões para R$ 80,690 bilhões de déficit primário.

O real, porém, ganhou força com entrada de capital estrangeiro e alta do petróleo no mercado internacional. O contrato mais líquido do Brent, com vencimento em julho, subiu mais de 1% na Intercontinental Exchange (ICE), recuperando as perdas das duas sessões anteriores.

Em geral, países emergentes e exportadores de commodities, como o Brasil, são impactados positivamente através do aumento dos preços das matérias-primas.

Dólar sobe no exterior

No exterior, os investidores operaram de olho nos acordos realizados nos Estados Unidos durante a viagem do presidente Donald Trump ao Oriente Médio, encerrada nesta sexta-feira (16).

Durante a semana, o chefe da Casa Branca fechou parcerias com os Emirados Árabes Unidos, entre eles, a construção de um enorme campus de inteligência artificial. “Estamos fazendo um grande progresso para os US$1,4 trilhão que os Emirados Árabes Unidos anunciaram que pretendem gastar nos EUA”, disse Trump.

Trump também afirmou que autoridades do país enviarão cartas a países parceiros nas próximas semanas. “Em um determinado momento, nas próximas duas ou três semanas, acho que (o secretário do Tesouro) Scott (Bessent) e (o secretário de Comércio) Howard (Lutnick) enviarão cartas dizendo às pessoas o que elas pagarão para fazer negócios nos Estados Unidos.”

Ele ainda disse que os países podem recorrer e que as autoridades dos EUA não poderão se reunir com todos os “150 países que querem fazer um acordo”. Vale lembrar que nas últimas semanas, a Casa Branca fechou acordos com a União Europeu e com a China — reduzindo as alíquotas das tarifas recíprocas de importação por 90 dias.

Os dados econômicos norte-americanos também movimentaram o câmbio. O índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan caiu para 50,8 neste mês, em comparação com a leitura final de 52,2 em abril. Os economistas consultados pela Reuters previam que o índice subiria para 53,4.

As expectativas de inflação para 12 meses saltaram para 7,3%, de 6,5% em abril.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.