Dólar sobe a R$ 5,33 com avanço das expectativas de manutenção dos juros nos EUA
O dólar começou a semana em alta com aumento das apostas de manutenção dos juros nos Estados Unidos.
Nesta segunda-feira (17), o dólar à vista (USDBRL) encerrou a sessão a R$ 5,3310, com alta de 0,64%.
O movimento seguiu a tendência externa. Por volta das 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, operava com alta de 0,28, aos 99,579 pontos.
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O que mexeu com o dólar hoje?
As declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA) continuaram a movimentar o câmbio, alimentando as incertezas quanto à continuidade do ciclo de cortes nos juros norte-americanos.
Dessa vez, o vice-presidente do Federal Reserve, Philip Jefferson, disse que o BC norte-americano precisa “proceder lentamente” com quaisquer outros cortes nas taxas de juros, à medida que flexibiliza a política monetária em direção a um nível que provavelmente deixaria de pressionar a inflação para baixo.
Em comentários preparados para serem apresentados em um evento do Fed de Kansas City, Jefferson disse que concordou que o corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros no mês passado foi apropriado, dado o aumento dos riscos para o mercado de trabalho e a probabilidade de que os riscos de inflação “tenham diminuído um pouco recentemente”.
“A postura atual da política monetária ainda é um pouco restritiva, mas nós a aproximamos de seu nível neutro, que não restringe nem estimula a economia”, disse Jefferson nesta segunda-feira (17). “A evolução do equilíbrio de riscos ressalta a necessidade de prosseguirmos lentamente à medida que nos aproximamos da taxa neutra.”
As declarações reforçaram as apostas de manutenção dos juros pelo Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) na próxima decisão, em dezembro. Perto do fechamento, a ferramenta FedWatch, do CME Group, indicava 55,1% de chance de o BC manter os juros na faixa de 3,75% a 4,00% ao ano. Já a probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual é de 44,9%.
Além da possível mudança na postura do BC, o mercado tenta avaliar os impactos econômicos da mais longa paralisação do governo norte-americano. O ‘shutdown’, encerrado na noite da última quarta-feira (12), durou 43 dias.
O primeiro ‘sinal’ será o relatório de empregos (payroll) de outubro, com divulgação prevista para a próxima quinta-feira (20).
Ante o real, o dólar ganhou força também em meio à fraqueza das commodities. Os dados locais, por sua vez, fizeram pouco preço no câmbio.
Por aqui, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC–Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), teve queda de 0,20% em setembro sobre agosto, em dado dessazonalizado. Os números foram divulgados na manhã desta segunda-feira (17) pelo Banco Central.
O recuo foi maior do que o esperado: os economistas consultados pela Reuters esperavam retração de 0,10% no mês.
No terceiro trimestre, a atividade encolheu 0,9% sobre os três meses imediatamente anteriores. Já na comparação com setembro de 2024, porém, o IBC-Br teve alta de 2,0%, avançando 3,0% em 12 meses.