Dólar fecha estável a R$ 5,30 após fala de Powell em dia de corte de juros

O dólar à vista fechou esta quarta-feira (17) a R$ 5,3012, alta de 0,06%, após tocar a mínima de R$ 5,27 na esteira da decisão de política monetária do Federal Reserve.
O Fed reduziu a taxa de referência em 0,25 ponto percentual, para o intervalo de 4% a 4,25% ao ano, após cinco reuniões consecutivas de manutenção.
No entanto, o presidente do BC americano, Jerome Powell, disse que vê, no curto prazo, riscos de alta da inflação e piora do mercado de trabalho. Com isso, o dólar ganhou força durante a sessão.
No exterior, o índice DXY passou a subir, tocando os 96,700 pontos.
Para William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, a novidade dessa vez ficou por conta do tom mais dovish no comunicado.
Ele acrescentou que o Fed adicionou em sua comunicação três frases que denotam essa maior preocupação: “os riscos negativos para o emprego aumentaram”, “os ganhos de empregos desaceleraram” e “a taxa de desemprego aumentou ligeiramente”.
“Isso é importante, uma vez que denota uma postura de continuidade de novos cortes olhando a frente”, disse Alves.
No Brasil, investidores aguardam a decisão do Copom, prevista para as 18h30, que deve manter a Selic em 15% ao ano.
Profissionais ouvidos pela Reuters têm ponderado que o diferencial de juros entre Brasil e EUA — que se alargou com a decisão desta quarta-feira do Fed — tem sido um fator importante para a queda recente do dólar ante o real.
“O Fed cortou os juros em linha com as expectativas do mercado, mas certamente foi mais dovish que o esperado, com os membros esperando mais dois cortes de 25 bps esse ano”, disse Mauricio Garret, chefe da mesa de operações internacionais do Inter, em comentário escrito.
“A tendência de dólar fraco deve continuar com os juros mais baixos à frente, o que é extremamente positivo para os mercados emergentes”, acrescentou.
*Com Reuters