Dólar recua e fecha a R$ 5,31 com dados de empregos dos EUA e commodities no radar
A enfraquecimento da economia dos Estados Unidos pressionou o dólar ante as moedas fortes e emergentes, em meio à expectativa por dados atrasados do mercado de trabalho e ata da última decisão de política monetária.
Nesta terça-feira (18), o dólar à vista (USDBRL) encerrou a sessão a R$ 5,3176, com queda de 0,25%.
O movimento seguiu a tendência externa. Por volta das 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, operava com queda de 0,04%, aos 99,553 pontos.
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O que mexeu com o dólar hoje?
O câmbio teve mais um dia de atenções concentradas na política monetária dos Estados Unidos.
Nesta terça-feira (18), o presidente da unidade do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA) de Richmond, Thomas Barkin, disse esperar que os próximos dados e entrevistas em andamento com a comunidade ajudem a esclarecer para onde a economia está indo.
“No geral, estamos vendo pressão em ambos os lados de nosso mandato, com a inflação acima de nossa meta e o crescimento do emprego em baixa”, disse Barkin em comentários em uma reunião de cúpula econômica na Universidade Shenandoah. “Mas também vemos atenuantes em ambos os lados”, com consumidores resistindo aos aumentos de preços e uma queda na oferta de mão de obra mantendo a taxa de desemprego estável.
Mas a falta de dados oficiais tornou difícil ter certeza sobre a posição do Fed, disse Barkin.
As declarações, assim como a de outros dirigentes, têm trazido incertezas sobre a trajetória dos juros — e, por isso, o mercado já começou a precificar uma possível interrupção do ciclo de afrouxamento monetário.
Perto do fechamento, a ferramenta FedWatch, do CME Group, indicava 48,9% de chance de o BC manter os juros na faixa de 3,75% a 4,00% ao ano. Já a probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual é de 51,1%.
Os investidores também reagiram a dados do mercado de trabalho. Os pedidos contínuos de auxílio-desemprego — aqueles que recebem benefícios além de uma semana inicial — subiram para 1,957 milhão na semana encerrada em 18 de outubro, segundo dados do Departamento do Trabalho do país.
Esse número aumentou em 10.000 em relação à semana anterior e foi o mais alto desde o início de agosto. Houve um aumento notável em relação ao nível de 1,916 milhão na semana encerrada em 13 de setembro, a última semana de dados a ser divulgada antes do início da paralisação (shutdown) em 1º de outubro.
O dado mais aguardado, porém, é relatório de empregos (payroll) de outubro, com divulgação prevista para a próxima quinta-feira (20).
Antes, o Fed divulga a ata da última decisão de política monetária, que reduziu os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,75% a 4,00% ao ano. O documento será divulgado amanhã (19).
Além do cenário internacional, o real ganhou força ante o dólar com a valorização das commodities, já que o Brasil é um país exportador. O contrato futuro do minério de ferro, com vencimento em janeiro, subiu 1,41%, a 792 yuans (US$ 111,41) a tonelada, na Bolsa de Dalian, na China. Já o contrato mais líquido do petróleo Brent, também para janeiro, encerrou as negociações com alta de 1,07%, a US$ 64,89 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.