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Dólar avança a R$ 5,52 após BC do Japão elevar juros ao maior nível em 30 anos

19 dez 2025, 17:04 - atualizado em 19 dez 2025, 17:15
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(Imagem: Nelson_A_Ishikawa/Getty Images)

O dólar encerrou a sessão e a semana em alta com elevação dos juros no Japão para o maior nível em 30 anos e incertezas sobre a política monetária nos Estados Unidos.

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Nesta sexta-feira (19), o dólar à vista (USDBRL) encerrou a sessão a R$ 5,5297, com alta de 0,11%. 



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O movimento acompanhou a tendência externa. Por volta das 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, subia 0,15%, aos 98.581 pontos.

Na semana, o dólar acumulou valorização de 2,20% ante o real.

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O que mexeu com o dólar hoje?

Nas primeiras horas da sessão, o real ganhou força com leilões do Banco Central e o dólar chegou a operar abaixo de R$ 5,50.

Pela manhã, o Banco Central vendeu um total de US$ 2 bilhões em dois leilões com compromisso de recompra simultâneos.

No leilão de linha A, a taxa de corte foi de 4,919200% e foram aceitas duas propostas no valor total de US$ 1 bilhão, conforme comunicado do BC. A venda pelo BC ocorrerá em 23 de dezembro e a recompra será em 5 de maio de 2026.

No leilão de linha B, a taxa de corte foi de 4,856100% e foi aceita uma proposta no valor de US$ 1 bilhão. A venda pelo BC ocorrerá em 23 de dezembro e a recompra será em 2 de junho de 2026.

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Os leilões buscam atender à maior demanda por moeda neste fim de ano, quando empresas tradicionalmente enviam recursos ao exterior para pagamento de dividendos.

Este ano, especificamente, os envios estão sendo potencializados por multinacionais que buscam se antecipar ao fim, em janeiro de 2026, da isenção de imposto de renda (IR) sobre as remessas ao exterior, que passarão a ser taxadas em 10%, e também do início da taxação de 10% sobre valores recebidos acima de R$ 50 mil por mês em dividendos.

No campo fiscal, o Congresso Nacional aprovou o Orçamento de 2026, prevendo um superávit primário de R$ 34,5 bilhões no próximo ano, ligeiramente acima da meta fiscal de R$ 34,3 bilhões, que equivale a 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB). Texto segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Já na esfera política, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (PL), afirmou que seu foco sempre foi o Estado paulista. “É natural que se coloque um governador de São Paulo como presidenciável. […] Apesar da especulação, a gente nunca se colocou como candidato a presidente.”

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Tarcísio segue como o nome favorito do mercado para a Presidência nas eleições do próximo ano, apesar do apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro ao seu filho Flávio Bolsonaro (PL), que anunciou pré-candidatura no início deste mês.

Dólar tem ajuda do Banco do Japão

No início da tarde, o fortalecimento do dólar no exterior voltou a pressionar a moeda brasileira, em meio a incertezas sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos e a elevação da taxa no Japão.

O presidente da unidade do Fed de Nova York, John Williams, disse que não vê nenhuma necessidade iminente de seguir com o movimento de afrouxamento monetário.

Em uma entrevista à CNBC, ele disse que não tem um “senso de urgência” para reduzir os juros, afirmando que “acho que os cortes que fizemos nos posicionaram muito bem” para ajudar a reduzir a inflação e, ao mesmo tempo, ajudar a apoiar um mercado de trabalho em arrefecimento.

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Na semana passada, o Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA) cortou os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano, como o esperado. Essa foi a terceira redução consecutiva.

Perto do fechamento, o mercado precificava 88,9% de chance de o Fed manter os juros inalterados em janeiro. Ontem (18), a probabilidade era de 73,4%, segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group. A aposta de corte de 0,25 ponto percentual na próxima decisão caiu de 26,6% ontem para 22,1% hoje.

O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) aumentou a taxa de juros para 2% ao ano, no maior nível desde 1995. O BC também sinalizou novas elevações futuras.

O BoJ também removeu a referência de que o crescimento e a inflação iriam estagnar devido ao impacto do aumento das tarifas dos EUA, destacando a convicção do BC de que o Japão estaria no caminho certo para atingir de forma estável a sua meta de inflação de 2%, apoiada por aumentos salariais, e pronto para uma normalização contínua da política monetária.

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“A julgar pelos dados e pesquisas recentes, há uma grande chance de que o mecanismo em que os salários e a inflação aumentam moderadamente em conjunto seja mantido”, afirmou o BoJ em comunicado ao explicar a decisão.

“Dado que as taxas de juros reais estão em níveis significativamente baixos, o BOJ continuará a aumentá-las” se suas previsões econômicas e de preços se concretizarem, disse.

*Com informações de CNBC

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.

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