Dólar cai a R$ 5,37 com dados da China e alívio nas tensões comerciais

O dólar seguiu em ritmo de perdas pela quarta sessão consecutiva, mesmo com a fraqueza das commodities no mercado internacional, com dados da China sendo analisados de perto pelos investidores.
Nesta segunda-feira (20), o dólar à vista (USDBRL) encerrou a sessão a R$ 5,3708, com queda de 0,64%.
O movimento destoou da tendência externa. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, operava em alta de 0,18%, aos 98,614 pontos.
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O que mexeu com o dólar hoje?
A relação comercial entre Estados Unidos e a China continuou a concentrar as atenções dos investidores — com um breve alívio nas tensões.
Nesta segunda-feira (20), o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que espera chegar a um acordo comercial justo com o presidente chinês, Xi Jinping. “Acho que ficaremos bem com a China. A China não quer fazer isso”, disse Trump antes das conversas bilaterais em Washington com o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese.
“Temos o melhor de tudo e ninguém vai mexer com isso. Acho que terminaremos com um acordo comercial muito forte. Ambos ficaremos felizes”, acrescentou Trump.
Os dados da China também ficaram no radar. A segunda maior economia do mundo cresceu 4,8% no terceiro trimestre do ano, ante o mesmo período do ano anterior — e, na avaliação do mercado, o país segue no “caminho certo” para atingir sua meta de aproximadamente 5% este ano. O Produto Interno Bruto (PIB) do país avançou 1,1% na comparação com o segundo trimestre.
Os economistas ouvidos pela Reuters esperavam alta de 4,8% na comparação anual e de 0,8% na mensal.
No cenário doméstico, o mercado reagiu à redução das estimativas para a inflação em 2025. Os economistas consultados pelo Banco Central agora projetam o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 4,70% em dezembro — ainda acima do teto da meta, de 4,5%, de acordo com o Boletim Focus desta segunda-feira (20).
Durante a tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai terminar o mandato com a menor inflação da história.
Os investidores ainda ficaram à espera e medidas de compensação após a derrubada pela Câmara dos Deputados da Medida Provisória (MP) 1.303, que tratava da taxação de aplicações financeiras e de empresas de apostas esportivas (bets) como alternativa às mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).