Dólar

Dólar despenca mais de 11% no ano e tem pior desempenho em quase uma década; o que derrubou a divisa norte-americana em 2025?

30 dez 2025, 17:08 - atualizado em 30 dez 2025, 17:14
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Dólar cai em 2025 com o vaivém da política tarifária dos EUA, acumulando forte desvalorização frente ao real e volatilidade nos mercados globais. (istock.com/MicroStockHub)

O dólar à vista (USDBRL) sofreu uma forte desvalorização em todo o mundo em 2025, com o vaivém da política tarifária dos Estados Unidos.

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A divisa norte-americana recuou 11,18% ante o real desde janeiro e encerrou o ano cotada a R$ 5,4890. Esse foi o pior desempenho anual da moeda desde 2016.



Na comparação com moedas fortes, o DXY, que mede o valor do dólar frente a uma cesta de seis divisas globais — euro, iene japonês, libra esterlina, dólar canadense, coroa sueca e franco suíço — acumulou perda de mais de 9% em 2025.

O que mexeu com o dólar em 2025?

O dólar à vista iniciou o ano cotado a R$ 6,16 e perdeu força ao longo dos meses, principalmente no primeiro trimestre. De janeiro a março, a moeda norte-americana acumulou perda de cerca de 7,4% com a expectativa de política tarifária adotada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Em abril, Trump anunciou tarífas recíprocas sobre 10% dos produtos de todos os parceiros comerciais, além de taxas “extras” para países em que a balança comercial norte-americana era deficitária — salvo algumas exceções, como o Brasil, que foi taxado em 40% mais a alíquota ‘mundial’.

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Logo após o anúncio do tarifaço, o dólar voltou a se valorizar, mas por pouco tempo. Isso porque as tarifas tendem a causar impacto “estagflacionário”, ou seja, que causa queda na atividade ao mesmo tempo que pressiona a inflação – movimentos que geralmente caminham em sentidos opostos.

Como consequência, os investidores buscaram reduzir suas posições no país e aumentar a diversificação geográfica dos seus portfólios, o que acabou respingando sobre vários mercados.

Além disso, Trump reduziu/retirou tarifas para diversos países parceiros comerciais após negociações. No caso do Brasil, a Casa Branca removeu as taxas sobre alguns produtos agrícolas e insumos como carne.

Na avaliação de estrategistas do Itaú BBA, o Brasil sentiu um impacto grande desse movimento por causa de alguns motivos: “nosso mercado acionário é pequeno relativamente aos países desenvolvidos e o real havia passado por um movimento acentuado de desvalorização”.

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Além disso, o Federal Reserve (Fed), o Banco Central norte-americano, iniciou o ciclo de afrouxamento monetário, reduzindo os juros da faixa de 4,25% a 4,50% ao ano para 3,50% a 3,75% ao ano, em três cortes consecutivos iniciados em setembro. 

Em linhas gerais, quanto mais o Fed reduzir os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos atrativo à medida que os rendimentos dos Treasuries caem, gerando apetite por risco em outros mercados com juros mais altos, como o Brasil, que tem a Selic a 15% ao ano. 

As tensões geopolíticas também trouxeram bastante volatilidade ao câmbio, com destaque para conflitos nos Oriente Médio e as negociações, com poucos avanços, de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia. 

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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