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Dólar tem nova queda com risco fiscal dos EUA e fecha a R$ 5,64

21 maio 2025, 17:04 - atualizado em 21 maio 2025, 17:10
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O dólar voltou a perder força ante o real, em meio a crescente cautela com o cenário fiscal dos Estados Unidos (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

O dólar teve mais um dia de perdas frente a moedas globais e emergentes com a deterioração do cenário fiscal dos Estados Unidos e escalada dos rendimentos dos Treasuries.

Nesta quarta-feira (21), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,6422, com queda de 0,48% ante o real.



O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, caía 0,46%, aos 99,656 pontos.

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O que mexeu com o dólar hoje?

O cenário fiscal do Brasil e dos Estados Unidos seguiram concentrando as atenções dos investidores e movimentando o mercado de câmbio. 

No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou uma medida provisória (MP) sobre o setor elétrico que institui a chamada “justiça tarifária”, ampliando a gratuidade da conta de luz para milhões de famílias. A medida faz parte do pacote de anúncio do governo para tentar melhorar a popularidade de Lula, de olho nas eleições presidenciais de 2026.

Já nos Estados Unidos, o mercado acompanhou as negociações para a aprovação do projeto de lei que prevê corte de impostos e aumento de gastos em algumas áreas consideradas estratégicas. O presidente norte-americano, Donald Trump, convocou uma reunião com o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson; líder da maioria na Câmara, Steve Scalise; e o republicano Tom Emmer na Casa Branca.

Nas contas dos analistas, a proposta de Trump, se aprovada, pode elevar a dívida pública da maior economia do mundo para aproximadamente US$ 37 trilhões, o que equivale a um déficit fiscal de 7,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Em 2024, o déficit fiscal foi de 6,3% do PIB. 

Vale lembrar que o rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Moody’s na última sexta-feira (16), acionou um alerta sobre a trajetória do endividamento norte-americano.

A incerteza fiscal refletiu na disparada dos juros projetados da dívida dos EUA. Os rendimentos dos títulos do Tesouro, os Treasuries, de 30 anos, referência para o mercado de hipotecas, ultrapassaram a marca psicológico de 5% pela segunda sessão consecutiva. Isso porque, se

“Apesar da alta expressiva nos rendimentos das Treasuries, com o juro de 30 anos subindo mais de 10 pontos-base, observa-se até de forma surpreendente uma queda global do dólar, com o índice DXY retornando para abaixo dos 100 pontos. Nesse contexto, o real apresenta uma leve valorização devido ao elevado patamar da Selic, a fraqueza do dólar a nível global e ao fluxo de investimentos estrangeiros direcionados a bolsa e a renda fixa neste mês”, afirmou Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.