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Dólar recua a R$ 5,50 com retaliação ‘simbólica’ do Irã aos ataques dos EUA e Fed no radar

23 jun 2025, 17:04 - atualizado em 23 jun 2025, 17:07
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O dólar ignorou a derrocada do petróleo e encerrou a sessão em leve queda com retaliação do Irã e expectativa de corte nos juros dos EUA (Imagem: iStock.com/MicroStockHub)

O dólar iniciou a semana enfraquecido em meio escalada das tensões no Oriente Médio com a entrada dos Estados Unidos no conflito entre Israel e Irã e expectativa de corte nos juros norte-americanos.

Nesta segunda-feira (23), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5032, com queda de 0,39%.



O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, caía 0,32% aos 98,384 pontos.

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O que mexeu com o dólar hoje?

O dólar acompanhou os desdobramentos da entrada dos Estados Unidos no conflito entre Israel e Irã. No último sábado (21), o presidente norte-americano, Donald Trump, confirmou um ataques à três instalações nucleares do Irã, em apoio a Israel.

Em resposta, o Parlamento do Irã aprovou o fechamento do Estreito de Ormuz – por onde passa cerca de 20% de toda produção global da commodity –, no domingo (22). A medida ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional e pelo líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, para entrar em vigor.

O país persa também fez retaliações aos ataques norte-americanos com mísseis de curto e médio alcance em direção à base militar norte-americana no Catar nesta segunda-feira (23).

Mas, segundo uma autoridade dos EUA à agência de notícias Reuters, nenhum míssil atingiu a base aérea militar norte-americana de al Udeid, no Catar.

Já o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que a resposta do Irã foi “muito fraca”.

A ofensiva iraniana foi menor do que a esperada. Os agentes financeiros passaram a operar com a percepção de que o ataque de Teerã foi “simbólico” e que a possibilidade do fechamento do Estreito de Ormuz se tornou mais distante.

Além disso, os investidores operaram na expectativa de cortes nos juros pelo Federal Reserve (Fed). A vice-presidente de supervisão do Fed, Michelle Bowman, afirmou que o momento de cortar as taxas de juros pode estar se aproximando.

“É hora de considerar o ajuste da taxa de juros”, disse Bowman em texto preparado para uma reunião realizada em Praga, na República Tcheca.

“Caso as pressões inflacionárias permaneçam contidas, eu apoiaria a redução da taxa de política monetária já em nossa próxima reunião, a fim de aproximá-la de sua configuração neutra e sustentar um mercado de trabalho saudável.”

Na semana passada, o BC norte-americano manteve os juros inalterados entre 4,25% e 4,50% pela quarta vez consecutiva e a previsão de até dois cortes, de 0,25 pontos-base, nas taxas até o final do ano.

Os diretores permaneceram no modo “esperar para ver” em meio à considerável incerteza econômica com a política tarifária implementada pelo presidente Trump no início de abril.

Dólar cai ante real

Na comparação com o real, o dólar acompanhou o exterior e recuou ante a moeda brasileira a despeito da derrocada do petróleo no mercado internacional.

Por aqui, os investidores operam em compasso de espera pela ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Na última quarta-feira (18), o colegiado elevou a Selic em 0,25 ponto percentual (p.p.), de 14,75% para 15,00% ao ano e sinalizou uma pausa no ciclo de altas nos juros.

Os economistas ouvidos pelo Banco Central também elevaram a projeção para a Selic de 14,75% para 15% ao final de 2025 no primeiro Boletim Focus após Copom, divulgado hoje (23).

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.

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