Dólar cai a R$ 5,52 com acordo entre Estados Unidos e Japão, e perspectiva de outros anúncios nos próximos dias

As negociações tarifárias dos Estados Unidos com os países parceiros comerciais ganharam novos desdobramentos e o dólar perdeu força em meio ao otimismo de novos acordos comerciais antes do prazo final de 1º de agosto.
Nesta quarta-feira (23), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5230, com alta de 0,79%.
O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, caía 0,19%, aos 97.205 pontos.
- LEIA MAIS: Comunidade de investidores Money Times reúne tudo o que você precisa saber sobre o mercado; cadastre-se
O que mexeu com o dólar hoje?
A expectativa de novos acordos tarifários dos Estados Unidos com os países parceiros injetaram apetite ao risco nos mercados. Ontem (22), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou um acordo com o Japão — melhor do que o esperado.
A tarifa “recíproca” sobre os produtos japoneses à importação no território norte-americano será de 15%, 10 pontos percentuais a menos do que o anunciado por Trump no início de julho. O acordo ainda prevê um investimento de US$ 550 bilhões nos EUA.
Além do Japão, acordos com a Filipinas e Indonésia foram anunciados na véspera (22).
As movimentações elevaram as expectativas para um acordo com a União Europeia antes do prazo final de negociações e início das tarifas “recíprocas” em 1º de agosto.
Hoje (23), o Financial Times divulgou que os EUA estão se aproximando de um acordo tarifário de 15% com a União Europeia. Segundo o jornal, o acordo seria nos mesmos moldes do firmado com o Japão.
Um acordo com a China também está no radar. Os representantes comerciais dos dois países devem ser reunir na próxima semana na Suécia.
No final da tarde, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o país ainda tem “muitos acordos para anunciar”, sem dar detalhes ou prazos.
No cenário doméstico, os investidores reagiram, em segundo plano, ao Relatório de Receitas e Despesas Primárias do terceiro trimestre, divulgado ontem. O governo federal reduziu a projeção de contenção de R$ 31,3 bilhões para R$ 10,7 bilhões: o contigenciamento caiu de R$ 20,7 bilhões para zero e o bloqueio teve uma leve alta de R$ 10,6 bilhões para R$ 10,7 bilhões.
Na avaliação do BTG Pactual, as novas projeções fiscais são “realistas”, mas carregam “um risco de frustação”.