Dólar avança a R$ 5,51 com ata do Copom e cessar-fogo entre Israel e Irã

O alívio das tensões geopolíticas enfraqueceram o dólar nas primeiras horas da sessão. A ata do Copom e um ajuste nas posições cambiais, além da nova derrocada do petróleo no mercado internacional, garantiram fôlego à divisa norte-americana na reta final do pregão ante o real.
Nesta terça-feira (24), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5189 com alta de 0,29%.
O movimento destoou da tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, caía 0,48% aos 97,936 pontos.
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O que mexeu com o dólar hoje?
O conflito entre Israel e Irã continuou nos holofotes do mercado e movimentou, mais uma vez, o câmbio.
Na tarde desta terça-feira (24), o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, disse que Teerã não violará o acordo de cessar-fogo, a menos que Israel o faça, informou a estatal iraniana Nournews. Ele anunciou o fim do conflito com Israel após 12 dias de ataques.
Do outro lado, Israel começou a suspender as restrições de guerra sobre o movimento civil e a atividade econômica com a reabertura de aeroportos.
O cessar-fogo já havia sido anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na noite de ontem (23).
Os investidores também reagiram a novas declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. Em audiência na Câmara dos Representante, o chefe do Banco Central norte-americano disse que a autoridade monetária não cortou os juros a níveis “mais neutros” devido às perspectivas incertas sobre a inflação norte-americana.
Powell também reiterou que o Fed não tem pressa de cortar os juros. “Estamos em uma situação difícil para decidir exatamente quando cortar os juros.”
Dólar sobe ante real
Na comparação com o real, o dólar ganhou força na reta final do pregão com movimento de ajuste cambial comum no final de trimestre. A moeda brasileira também perdeu força com a nova derrocada do petróleo com o fim das tensões entre Israel e Irã.
Por aqui, os investidores ainda repercutiram a ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
No documento, os diretores do Banco Central ressaltaram que o ciclo de aperto monetário foi “particularmente rápido e bastante firme”, reforçando que os impactos da taxa mais contracionista estão por vir, e sinalizou o fim do ciclo de altas na taxa Selic. Na semana passada, o Comitê elevou a taxa de juros para 15% ao ano.
Na avaliação do economista-chefe do Itaú, Mário Mesquita, a recorrência da expressão de que a política monetária deverá permanecer em terreno restritivo por “um período bastante prolongado” na ata sugere que os membros do Copom podem estar tentando sinalizar um número mínimo de reuniões antes de iniciar a flexibilização.
“Em episódios recentes (2015 e 2022), quando a redação era ‘período suficientemente longo’, o BC ficou em pausa por 9 e 7 reuniões, respectivamente”, afirmou Mesquita.
O Banco Central também anunciou que realizará um leilão de até US$ 1 bilhão no mercado à vista conjugado com a oferta de 20 mil contratos de swap cambial reverso nesta quarta-feira (25). As operações devem ter efeito neutro no mercado no curto prazo, ou seja, não devem interferir no comportamento da taxa de câmbio.