Dólar

Dólar sobe a R$ 5,55 com tramitação de projeto que derruba aumento do IOF

25 jun 2025, 17:06 - atualizado em 25 jun 2025, 17:12
dolar-acoes-moeda
O dólar subiu ante real com a votação do PLD que revoga o aumento do IOF na Câmara; leilão do BC e tarifas de Trump ficaram no radar (Imagem: iStock.com/Aslan Alphan)

O dólar estendeu os ganhos da véspera com a retomada da cautela com o cenário fiscal brasileiro e ajuste de posições dos investidores com a proximidade do fim do semestre. No exterior, o alívio nas tensões geopolíticas cedeu espaço para as tarifas de Trump voltarem ao centro das atenções.

Nesta quarta-feira (25), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5551 com alta de 0,66%. Durante a sessão, a moeda chegou a encostar em R$ 5,60. 



O movimento destoou da tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, caía 0,16% aos 97,699 pontos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
  • LEIA MAIS: Comunidade de investidores Money Times reúne tudo o que você precisa saber sobre o mercado; cadastre-se

O que mexeu com o dólar hoje?

O dólar ganhou força ante o real, mesmo com a recuperação do petróleo. Por aqui, as atenções dos investidores voltaram-se a Brasília com a tramitação do projeto de decreto legislativo (PDL) que revoga o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de volta à pauta na Câmara dos Deputados.

No final da tarde, a Casa rejeitou o pedido de retirada do projeto da pauta por 349 votos a 104. A expectativa é de que a matéria seja votada em plenário ainda nesta quarta-feira (25).

Além disso, os indicadores de investimento externo e transações correntes vieram piores do que o esperado. Segundo dados do Banco Central, o déficit em transações correntes ficou em US$ 2,93 bilhões no mês passado, com o déficit acumulado em 12 meses totalizando o equivalente a 3,26% do Produto Interno Bruto (PIB).

Em maio, os investimentos diretos no país alcançaram US$ 3,662 bilhões, contra US$ 4,5 bilhões projetados pelo mercado e US$ 3,023 bilhões em maio de 2024.

“Os dados macroeconômicos recentes também mostraram uma menor entrada de capital estrangeiro, o que pode refletir preocupações com o cenário fiscal brasileiro”, afirmou Nickolas Lobo, especialista em investimentos da Nomad.

Pela manhã, o Banco Central (BC) realizou um leilão de até US$ 1 bilhão no mercado à vista conjugado com a oferta de 20 mil contratos de swap cambial reverso —  equivalente a US$ 1 bilhão.

Conhecida no mercado em 2019 como ‘casadão’, as operações têm efeito neutro no mercado no curto prazo, ou seja, não devem interferir no comportamento da taxa de câmbio, já que as quantidades de swap cambial reverso — que é a compra de dólares no mercado futuro — e a venda de dólar “spot” são equivalentes.

Dólar cai no exterior

No exterior, o dólar seguiu em ritmo de queda ante as moedas fortes como euro e libra. Com o alívio nas tensões no Oriente Médio, o impacto das tarifas impostas pelo presidente dos  Estados Unidos, Donald Trump, retornaram a ocupar o centro das atenções dos investidores. A pausa temporária nas taxas recíprocas expira em 9 de julho.

O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, fez novas declarações no segundo dia de depoimento aos parlamentares. Ontem (24), o chefe do Banco Central norte-americano discursou para a Câmara dos Representantes e reforçou que as incertezas sobre as tarifas anunciadas por Trump sustentam a política de manutenção dos juros.

Hoje (25), Powell manteve a postura de “esperar para ver” a respeito do impacto das tarifas de Trump em audiência no Senado.

Pela manhã, Trump afirmou que está avaliando três ou quatro pessoas para comandar o Banco Central norte-americano. O mandato de Powell vai até o final de 2026.

“Apesar da intensa pressão do presidente Donald Trump por reduções nas taxas de juros – com Trump chegando a chamar Powell de ‘terrível’ e mencionando ter candidatos para substituí-lo – Powell evitou estabelecer um cronograma para futuras reduções, seguindo a mesma postura adotada em seu depoimento anterior”, disse Lobo, da Nomad.

Compartilhar

Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.