Dólar cai a R$ 5,41 com melhora na expectativa de inflação e valorização das commodities

O dólar começou a semana perdendo força ante moedas emergentes em meio à forte valorização do minério de ferro e melhora das expectativas para inflação brasileira.
Nesta segunda-feira (25), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4147, com queda de 0,20%.
O movimento destoou da tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, subia 0,78%, aos 98.491 pontos.
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O que mexeu com o dólar hoje?
A valorização das commodities pressionou o dólar ante o real nesta segunda-feira (25). Países emergentes e exportadores de matérias-primas, como o Brasil, foram impactados positivamente com essa alta.
O contrato mais negociado do minério de ferro na bolsa de Dalian, na China, encerrou as negociações com alta de 2,27%, a 787 yuans (US$ 110,06) a tonelada, o maior valor desde 14 de agosto. Já o petróleo Brent terminou a sessão com ganho de 1,49%, a US$ 68,22 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.
Os investidores também reagiram a redução das expectativas de inflação. Os economistas ouvidos pelo Banco Central (BC) cortaram a projeção pela 13ª semana consecutiva e agora veem o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a 4,86% em 2025, segundo o Boletim Focus desta segunda-feira (25). A estimativa anterior era de 4,95%.
A previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano também foi reduzida de 2,21% para 2,18%. As estimativas para o câmbio também foram reduzidas: a previsão é de que o dólar feche 2025 a R$ 5,59.
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O mercado ainda operou à espera de novos dados econômicos, entre eles o IPCA-15. A expectativa do mercado é de que o índice, considerado uma prévia do IPCA, tenha recuo de 0,21% em agosto após alta de 0,33% em julho.
No exterior, o dólar ganhou força em meio a incertezas geopolíticas.
Na última sexta-feira (23), o presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), Jerome Powell, afirmou que “a política em território restritivo, a perspectiva básica e a mudança no equilíbrio de riscos podem justificar ajustes” na postura da autoridade monetária durante o evento anual de Jackson Hole — o que foi lido pelo mercado como uma sinalização de corte nos juros.
Hoje, o mercado seguiu precificando a probabilidade de um corte nos juros norte-americanos. De acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group, os agentes financeiros veem 84,5% de chance de o Fed cortar 0,25 ponto percentual na taxa na próxima decisão, em setembro. Na sexta-feira (22), a aposta era de 84,7%. Hoje, os juros estão entre 4,25% a 4,50% ao ano.