Dólar tem forte queda e fecha a R$ 5,33 de olho em juros nos EUA
O dólar continuou enfraquecido com a consolidação das apostas de novo corte nos juros dos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA) em dezembro.
Nesta quarta-feira (26), o dólar à vista (USDBRL) encerrou a sessão a R$ 5,3346, com queda de 0,78%.
O movimento acompanhou a tendência externa. Por volta das 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, operava com baixa de 0,07%, aos 99.593 pontos.
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O que mexeu com o dólar hoje?
A expectativa de afrouxamento monetário ditou, mais uma vez, as movimentações do mercado de câmbio nesta quarta-feira (26).
As apostas de um terceiro corte seguido nos juros dos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA) se mantiveram majoritárias.
Perto do fechamento, a ferramenta FedWatch, do CME Group, apontava 84,9% de chance de o Fed reduzir os juros para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano. Ontem (25), a probabilidade era de 85,2%. Por sua vez, a expectativa de manutenção dos juros subiu de 14,8% para 15,1% hoje.
A próxima reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), acontece entre os dias 9 e 10 de dezembro.
Juros no Brasil
Além do cenário internacional, o dólar perdeu força ante o real com o avanço das commodities.
O mercado também acompanhou novas declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em entrevista à GloboNews, ele afirmou que a pasta “fez questão de não fazer excepcionalidade no arcabouço em relação aos Correios”.
Haddad também disse somente “muito recentemente” foi informado do “quadro real” dos Correios, que enfrenta um rombo bilionário, e disse ter confiança que a atual diretoria da estatal apresentará um plano que faça sentido.
“O que nós falamos é o seguinte: qualquer solução para esse caso vai passar necessariamente por um plano de reestruturação. Não há como o Tesouro Nacional pensar em algo que não passe por um plano de reestruturação aprovado pelo Tesouro Nacional, que é de quem se pede o aval justamente para conseguir viabilizar financeiramente esse plano.”
Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) Pessoa Física para quem ganha até R$ 5 mil por mês, estabelece descontos para rendas de até R$ 7.350 mensais e cria uma taxação para altas rendas – a partir de R$ 600 mil por ano.
A medida, segundo o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, vai gerar um ganho de R$ 1,9 bilhão.
Os dados econômicos estão em segundo plano. Em destaque, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), considerado a prévia da inflação, subiu 0,20% em novembro, após avanço de 0,18% no mês anterior. O consenso do mercado era de um novo ganho de 0,18% mensal.
No ano, a prévia da inflação avançou 4,15% e em 12 meses, 4,50% – dentro da faixa de tolerância no acumulado anual e no limite no horizonte mais longo.
Para Rodrigo Marques, gestor e economista-chefe da Nest Asset Management, o IPCA-15 veio um pouco acima do consenso por fatores que são independentes ao hiato do produto e pouco relevantes para condução da política monetária.