Dólar

Dólar cai a R$ 5,48 com fiscal brasileiro e dos EUA no radar

27 jun 2025, 17:08 - atualizado em 27 jun 2025, 17:22
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O dólar perdeu força ante o real pela segunda sessão consecutiva em meio à judicialização do IOF e acordos comerciais dos EUA (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli/Illustration)

O dólar encerrou a semana em dupla queda com dados econômicos no Brasil e no exterior e avanço das negociações comerciais entre os Estados Unidos e seus países parceiros, entre eles, a China.

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Nesta sexta-feira (27), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4829 com queda de 0,29%.



O movimento destoou da tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, subia 0,19% aos 97,333 pontos.

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Na semana, o dólar acumulou queda de 0,76% ante o real. 

O que mexeu com o dólar hoje?

O dólar estendeu as perdas ante o real pelo segundo dia consecutivo, em uma sessão volátil com os investidores repercutindo dados do mercado de trabalho e as preocupações com as contas públicas.

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Nesta sexta-feira (27), o  Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve ingressar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Congresso Nacional que derrubou decreto presidencial que aumentava alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Os parlamentares revogaram a medida na última quarta-feira (25).

Em entrevista à GloboNews, o chefe da pasta econômica disse que o governo espera apenas o aval da Advocacia-Geral da União (AGU). Para ele, a decisão dos parlamentares é “usurpação constitucional”.

Haddad já havia dito que juristas do governo consideravam a derrubada do decreto pelo Congresso inconstitucional, em entrevista à Folha de S.Paulo publicada ontem (26).

Na avaliação da Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, “essa imprevisibilidade em Brasília tende a manter os investidores cautelosos”.

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O mercado também acompanhou novas declarações de membros do Comitê de Política Monetária (Copom). O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Guillen, afirmou que a autoridade monetária prevê a manutenção da taxa de juros em nível elevado por um período bastante prolongado diante da desancoragem de expectativas do mercado para a inflação.

Em evento promovido pelo Barclays, em São Paulo, Guillen acrescentou que a discussão sobre corte de juros está “muito distante” e não tem sido feita pelo Copom.

Na reunião da semana passada, o Copom elevou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual (p.p.), a 15% ao ano. A decisão foi acompanhada da sinalização de fim do ciclo de aperto monetário.  Os diretores do BC, porém, afirmaram no comunicado e na ata da decisão que o ciclo de ajustes de alta pode ser retomado, caso julguem necessário.

Os dados do mercado de trabalho ficaram em segundo plano. A taxa de desemprego no Brasil caiu a 6,2% no trimestre encerrado em maio, no menor nível desde o final do ano passado. No mesmo período do ano anterior, a taxa de desemprego foi de 7,1%.

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O resultado, porém, ficou abaixo da expectativa dos analistas consultados pela Reuters, de 6,4%. O número de carteiras assinadas bateu recorde no período.

Dólar sobe no exterior

No exterior, o dólar interrompeu a sequência de perdas com o avanço das negociações comerciais a respeito das tarifas entre os Estados Unidos e os países parceiros.

Na noite de quinta-feira (26), o Secretário de Comércio, Howard Lutnick, disse que um acordo comercial entre a China e os EUA havia sido finalizado em entrevista à Bloomberg News. Lutnick ainda disse que o governo Trump espera fechar acordos com 10 grandes parceiros comerciais em breve.

Também na véspera, o presidente Donald Trump anunciou um acordo com a China, mas sem dar detalhes.

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Já nesta sexta-feira (27), o Ministério do Comércio chinês disse os dois países confirmaram uma estrutura comercial que permitiria a exportação de terras raras para os EUA e aliviaria as restrições tecnológicas.

Ao longo do dia, Trump fez novas declarações sobre os acordos tarifários. Ele afirmou que o prazo final para as negociações, em 9 de julho, “não é uma data fixa”. “Podemos fazer o que quisermos. Podemos estender o prazo. Podemos encurtá-lo. Eu gostaria que fosse mais curto. Gostaria apenas de enviar cartas a todos: Parabéns, vocês estão pagando 25%”, disse ele aos repórteres na Casa Branca.

No final da tarde, Trump anunciou o fim das negociações com o Canadá.

“Acabamos de ser informados de que o Canadá, um país com o qual é muito difícil comercializar, incluindo o fato de cobrar de nossos agricultores tarifas de até 400% sobre produtos lácteos há anos, acaba de anunciar que está aplicando um Imposto sobre Serviços Digitais às nossas empresas de tecnologia americanas, o que é um ataque direto e flagrante ao nosso país”, disse Trump na rede social Truth.

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“Com base neste imposto flagrante, estamos encerrando todas as discussões sobre Comércio com o Canadá, com efeito imediato”, acrescentou.

Os agentes financeiros também reagiram a novos dados da economia norte-americana, que ficaram em segundo plano com as negociações tarifárias voltando as holofotes. O Índice de Preços ao Consumidor (PCE, na sigla em inglês), que é a referência inflacionária do Federal Reserve (Fed), subiu 0,1% em mai0 na base anual.

No acumulado de 12 meses, a inflação acumula alta de 2,3% — acima da expectativa do mercado e da meta de 2% perseguida pelo Banco Central norte-americano.

Logo após o dado, os agentes financeiros reforçaram as expectativas de corte nos juros ainda neste ano. Isso porque os investidores estimam que a inflação permanecerá controlada, apesar do impacto das tarifas em vigor, e esperam que isso abra caminho para vários cortes de juros pelo Fed até dezembro.

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“Entendemos que apesar da pressão do presidente Trump, o Banco Central deverá seguir adotando uma postura de cautela, aguardando mais visibilidade acerca das tarifas e uma evolução dos dados, em especial que mostrem alguma fraqueza no mercado de trabalho como um catalisador para novos cortes”, avaliou a Avenue.

O cenário fiscal dos Estados Unidos retornou ao radar dos investidores no final da tarde desta sexta-feira  (27). Segundo o Politico, os republicanos do Senado estão planejando fazer uma votação inicial neste final de semana para aprovar o pacote orçamentário de Donald Trump, chamada por ele de “Beautiful Bill”.

A matéria foi aprovada pela Câmara dos Representantes em maio e deve elevar o déficit dos EUA para 7,8% do PIB do país na próxima década.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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