Dólar cai a R$ 5,35 à espera de corte nos juros dos EUA
O dólar teve mais um dia de perdas frente a moedas forte e emergentes com mercado vendo 100% de chance de o Banco Central dos Estados Unidos, o Federal Reserve, cortar os juros. O acordo comercial com o Japão e a expectativa de encontro dos presidentes norte-americano e chinês também movimentaram a sessão.
Nesta terça-feira (28), o dólar à vista (USDBRL) encerrou a sessão a R$ 5,3597, com queda de 0,20%.
O movimento acompanhou a tendência externa. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, operava com recuo de 0,06%, aos 98,717 pontos.
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O que mexeu com o dólar hoje?
As questões geopolíticas e a política monetária dos Estados Unidos dividiram as atenções dos investidores e continuaram a movimentar o câmbio nesta terça-feira (28).
Os investidores operaram à espera da nova decisão de política monetária. Hoje (28) foi o primeiro dia de reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) — equivalente ao Comitê de Política Monetária (Copom) brasileiro.
A expectativa é de que o Fomc reduza os juros em 0,25 ponto percentual. A decisão será divulgada amanhã (29), acompanhada da entrevista coletiva como presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.
De acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group, os agentes financeiros veem 99,9% de chance de o Fed reduzir os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,75% a 4,00% ao ano. Ontem (27), a probabilidade era de 97,3%.
Além disso, o mercado ficou no aguardo de um acordo entre os Estados Unidos e a China na próxima quinta-feira (30). Os presidentes norte-americano Donald Trump e chinês Xi Jinping, têm uma reunião prevista na Coreia do Sul.
“A perspectiva de uma política monetária mais acomodatícia nos Estados Unidos com aumento o diferencial de juros Brasil e EUA e incentiva o fluxo para ativos de maior retorno, beneficiando moedas emergentes. Além disso, a expectativa de um possível entendimento entre Donald Trump e Xi Jinping reforça o apetite por risco, favorecendo o câmbio”, afirmou Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, em nota.
No Brasil, o cenário fiscal voltou a “roubar a cena”.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que, se necessário, o governo pode enviar ao Congresso Nacional uma proposta complementar ao projeto de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil mensais para evitar perda de receitas e garantir a neutralidade fiscal da medida.
“Em caso de confirmação de um déficit um pouco maior do que a Fazenda estima, em R$ 1 bilhão, R$ 2 bilhões, o Senado pode dar a sua contribuição aprovando um projeto complementar, para não colocar em risco a neutralidade fiscal do projeto que pode ser apreciado essa semana”, disse Haddad em entrevista a jornalistas na Fazenda, após reunião com o relator do projeto no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL).
Haddad ainda afirmou que a pasta está analisando projeções da Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado, que estimam perda de arrecadação de R$ 1 bilhão — valor que, segundo ele, é “facilmente ajustável”, em comparação com cálculos da Fazenda — que preveem queda de receita em torno de R$ 4 bilhões.
*Com informações de Reuters