Dólar tem alta a R$ 5,58 com impasse nas negociações com EUA e Copom no radar

A proximidade das tarifas de importação dos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros continuou a fortalecer o dólar. As decisões de política monetária também entraram no radar.
Nesta segunda-feira (28), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5899, com alta de 0,50%.
O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, subia 1,01%, aos 98,652 pontos.
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O que mexeu com o dólar hoje?
O impasse nas negociações comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos (EUA) continuaram a pressionar o real ante o dólar.
Ontem (27), o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que não irá adiar o prazo para impor as tarifas de importação aos parceiros comerciais, o que inclui o Brasil. A previsão é de que a taxa de 50% sobre os produtos brasileiros entre em vigor na próxima sexta-feira (1º).
Trump também anunciou um acordo tarifário com a União Europeia (UE). Os produtos produzidos por países-membros do bloco econômico serão taxados em 15%, além de compras de energia e equipamentos militares norte-americanos e US$ 6000 bilhões em investimentos da UE nos EUA.
Até agora, os EUA firmaram acordos com Reino Unido, Japão, Indonésia e Filipinas, além da UE.
Já nesta segunda-feira (28), representantes comerciais dos EUA e da China retomaram as negociações, que devem continuar ao longo desta semana.
Os investidores ainda operaram no aguardo das decisões de política econômica no Brasil e nos Estados Unidos, a serem divulgadas na próxima quarta-feira (30).
Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve manter os juros inalterados em 15% ao ano.
Na atualização mais recente, datada da última sexta-feira (25), a precificação das opções de Copom negociadas na B3 indicava 96,11% de chances de manutenção da Selic, contra 2,85% de probabilidade de nova alta de 25 pontos-base.
Nos EUA, o Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) também deve manter os juros inalterados na faixa de 4,25% a 4,50%, apesar das pressões de Trump para uma redução. Os agentes financeiros veem 96,9% de manutenção da taxa ante 3,1% de probabilidade de corte de 25 pontos-base, segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group.