Dólar

Dólar sobe a R$ 5,38 com tom ‘hawkish’ de Powell e Caged acima do esperado

30 out 2025, 17:02 - atualizado em 30 out 2025, 17:27
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(Imagem: iStock.com/Aslan Alphan)

O dólar teve mais um dia de ganhos com investidores agindo com cautela após a decisão de política monetária nos Estados Unidos, de olho no acordo comercial entre Washington e Pequim e no Caged acima do esperado. 

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Nesta quinta-feira (30), o dólar à vista (USDBRL) encerrou a sessão a R$ 5,3812, com alta de 0,40%. 



O movimento acompanha a tendência externa. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, operava com alta de 0,33%, aos 98,548 pontos.

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O que mexeu com o dólar hoje?

O dólar ganhou força com a reprecificação das apostas sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos e o acordo comercial — sem surpresas — entre os presidentes norte-americano Donald Trump e chinês Xi Jinping.

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Ontem (29), o Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) — equivalente ao Comitê de Política Monetária (Copom) brasileiro — cortou os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,75% a 4,00% ao ano, como o esperado pelo mercado. 

Mas o presidente do Fed, Jerome Powell, adotou um tom conservador (hawkish) e sinalizou que o ciclo de afrouxamento monetário, iniciado em setembro, pode ser pausado na próxima reunião do Fomc, em dezembro.

“Uma nova redução da taxa básica de juros na reunião de dezembro não é uma conclusão precipitada. Longe disso, a política monetária não está em uma trajetória predefinida. […] Cortamos 25 pontos-base nas últimas duas reuniões e há um forte sentimento de que é hora de pausa [o ciclo de cortes]”, afirmou durante a coletiva de imprensa após a decisão.

Nesta quinta-feira (30), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que concordou com o presidente chinês, Xi Jinping, em reduzir as tarifas sobre a China em troca de Pequim reprimir o comércio ilícito de fentanil, retomar as compras de soja dos EUA e manter o fluxo de exportações de terras raras.

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Segundo ele, as tarifas sobre as importações chinesas serão reduzidas de 57% para 47%.

A China, por sua vez, vai pausar os controles de exportação revelados este mês sobre terras raras, elementos com papéis vitais em carros, aviões e armas que se tornaram a fonte mais potente de alavancagem de Pequim em sua guerra comercial com os Estados Unidos.

No Brasil, os investidores reagiram a dados de emprego.

Entre eles, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mostrou a criação de  213.002 vagas formais de trabalho em setembro, acima da expectativa de economistas apontada em pesquisa da Reuters de criação líquida de 180.750 vagas.

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O saldo, porém,  ficou abaixo do número registrado no mesmo mês em 2024 — de 252.237 vagas.

Nas contas do economista Antonio Ricciardi, do Banco Daycoval, o Caged apontou para a criação líquida de 101 mil novos postos formais, com ajuste sazonal. Apesar do salto mensal, ele afirma que o resultado também veio 14% abaixo na comparação anual.

“Quando analisamos a média móvel trimestral, não parece ter uma mudança significativa. O cenário segue de início do ciclo de desaceleração do mercado de trabalho”, disse Ricciardi.

Na mesma linha, André Valério, economista sênior do Inter, vê uma tendência de acomodação no mercado de trabalho, com o saldo acumulado em 12 meses atingindo o menor valor do ano.

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“De modo geral, o dado é consistente com um mercado de trabalho ainda robusto, com a taxa de desocupação em mínimas históricas. Esperamos ver a continuidade dessa acomodação na margem nas próximas leituras”, afirmou Valério, em nota.

O cenário fiscal também ficou no radar. Hoje (30), o Congresso aprovou o Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) 1/2025, que pede alterações na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025 para permitir que a elevação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil por mês valha por tempo indeterminado.

A proposta de isenção do IR já foi aprovada na Câmara dos Deputados no início deste mês e aguarda análise do Senado. A votação da matéria está prevista para a próxima semana.

O texto aprovado hoje também traz um “jabuti” para alterar a LDO para garantir a execução orçamentária no piso da meta fiscal. Os parlamentares incluíram um trecho que autoriza o governo a perseguir o piso da meta, a fim de evitar questionamentos do Tribunal de Contas da União (TCU)  — que defende que o governo deve perseguir o centro da meta.

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*Com informações de Estadão Conteúdo

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Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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