Dólar

Dólar tem leve queda com dados de emprego e fecha a R$ 5,38; divisa salta 1% em outubro

31 out 2025, 17:06 - atualizado em 31 out 2025, 17:11
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(Imagem: Nelson_A_Ishikawa/Getty Images)

O dólar encerrou outubro com uma sessão volátil, marcada por entrada de fluxo estrangeiro no mercado brasileiro, valorização das commodities e dados de emprego. As tensões geopolíticas também voltaram ao radar; 

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Nesta sexta-feira (31), o dólar à vista (USDBRL) encerrou a sessão a R$ 5,3803, com leve baixa de 0,02%. Na semana, a divisa também teve saldo negativo com recuo de 0,23%



O movimento destoou tendência externa. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, operava com alta de 0,27%, aos 99,798 pontos.

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Em outubro, o dólar à vista avançou 1,08% ante o real. 

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O que mexeu com o dólar hoje?

O noticiário doméstico concentrou a atenções e movimentou o mercado de câmbio.

Por aqui, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 5,6% no trimestre até setembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta sexta-feira (31).

A mediana das previsões em pesquisa da Reuters era de que a taxa ficaria em 5,5% no período.

“Apesar do resultado levemente pior do que o esperado, o mercado de trabalho segue aquecido e operando próximo ao pleno emprego. Além disso, em conjunto com a elevada formalização apontada pelos dados do Caged, os indicadores sugerem que o Banco Central deve continuar atento à abertura do hiato do produto”, avalia Igor Cadilhac, economista do PicPay.

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Ontem (30), o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mostrou a criação de  213.002 vagas formais de trabalho em setembro, acima da expectativa de economistas apontada em pesquisa da Reuters de criação líquida de 180.750 vagas.

O saldo, porém, ficou abaixo do número registrado no mesmo mês em 2024 — de 252.237 vagas.

O Banco Central também divulgou dados das contas públicas. A dívida pública bruta do país como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) fechou setembro em 78,1%, contra 77,5% no mês anterior. Já a dívida líquida do setor público foi a 64,8%, de 64,2%.

Em setembro, o setor público consolidado registrou um déficit primário de R$ 17,452 bilhões, em linha com expectativa de economistas consultados em pesquisa da Reuters de um saldo negativo de R$ 17,450 bilhões.

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Os dados mostram que o governo central teve rombo de R$ 14,944 bilhões, enquanto Estados e municípios registraram déficit primário de R$ 3,504 bilhões e as estatais tiveram superávit de R$ 996 milhões.

Na avaliação do Itaú BBA, as receitas – em especial as associadas ao varejo e ao lucro das empresas – seguem desacelerando, em linha com a atividade econômica, enquanto as despesas mostram aceleração no 2° semestre – com pagamento de precatórios, reajuste de servidores, maior execução de emendas parlamentares e despesas discricionárias.

“À frente, vemos o governo próximo de cumprir a meta de resultado primário de -0,6% neste ano (considerando abatimentos e o limite inferior da meta oficial de 0%), mas um desafio de cerca de 0,4% do PIB para cumprir a meta de 2026”, afirma Thales Guimarães, economista do BBA.

Para ele, o sucesso da estratégia de ajuste fiscal proposta pelo governo dependerá de maneira relevante da confirmação de receitas extraordinárias e da aprovação de medidas no Congresso Nacional.

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Tensão geopolítica e juros nos EUA

As tensões geopolíticas voltaram a mesa dos investidores com rumores de que os Estados Unidos planejam atacar a Venezuela em meio a crescentes expectativas de que a Casa Branca possa em breve expandir as operações relacionadas ao tráfico de drogas.

O presidente norte-americano, Donald Trump, porém, negou a possibilidade de um ataque ao país sul-americano, em aparente contradição às declarações feitas na semana passada.

Questionado por jornalistas a bordo do Air Force One se os relatos da mídia de que considerava ataques na Venezuela eram verdadeiros, Trump disse: “Não”.

A afirmação não deixou claro se Trump estava descartando futuros ataques dentro da Venezuela ou simplesmente dizendo que nenhuma decisão final havia sido tomada ainda.

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Os investidores também seguiram precificando uma eventual pausa no ciclo de afrouxamento monetário nos EUA pelo  Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano).

Na última quarta-feira (29), o Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do— equivalente ao Comitê de Política Monetária (Copom) brasileiro — cortou os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,75% a 4% ao ano, como esperado pelo mercado, e em decisão não unânime. 

Já hoje (31), o presidente da unidade do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse que um corte na taxa de juros em dezembro não está garantido — reforçando as declarações do presidente do BC, Jerome Powell. 

Quando se trata da perspectiva da política monetária, “direi que todas as reuniões estão em aberto, não estamos em um curso predefinido, vamos deixar que as informações nos guiem”, disse Bostic em uma conferência do Fed de Dallas.

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*Com informações de Reuters

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.

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