Dólar

Dólar sobe a R$ 5,60 com fraqueza das commodities e ‘tarifaço’ de Trump; divisa acumula alta de mais de 3% em julho

31 jul 2025, 17:05 - atualizado em 31 jul 2025, 17:11
dólar câmbio
O dólar à vista estendeu os ganhos da véspera com os investidores avaliando flexibilização do tarifaço de Trump (Imagem: Pexels)

O dólar voltou a ganhar força em dia de ajuste das posições após as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, a flexibilização do “tarifaço” do presidente norte-americano, Donald Trump, sobre os produtos brasileiros e rumores de avanços das negociações entre Palácio do Planalto e Casa Branca.

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Nesta quinta-feira (31), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,6008, com alta de 0,21%.



O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, subia 0,25%, aos 100,060 pontos.

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Em julho, o dólar acumulou valorização de 3,07% sobre o real. 

O que mexeu com o dólar hoje?

O real perdeu força com o enfraquecimento das commodities no mercado internacional e acompanhou a valorização do dólar ante moedas fortes.

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No cenário externo, as negociações tarifárias dos Estados Unidos com países parceiros continuaram nos holofotes. Dessa vez, a Casa Branca firmou um acordo com o México.

Segundo a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, as tarifas de 30%, que entrariam em vigor nesta sexta-feira (1º), ficarão suspensas por 90 dias para a continuidade das conversas com o governo dos EUA. As declarações foram dadas após uma ligação de Sheinbaum com o presidente norte-americano Donald Trump.

O acordo também foi confirmado por Trump. “O México continuará pagando uma tarifa de 25% sobre fentanil, 25% sobre carros e 50% sobre aço, alumínio e cobre. Além disso, o México concordou em encerrar imediatamente suas barreiras comerciais não tarifárias, que eram muitas”, disse o chefe da Casa Branca em uma publicação no Truth Social.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, também afirmou que um acordo com a China “está próximo, mas não está 100% concluído”, em entrevista à CNBC nesta quinta-feira (31). A pausa temporária das tarifas acaba em 12 de agosto.

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Os dados da economia norte-americana também movimentaram o câmbio. O índice de preços (PCE) subiu 0,3% em junho, segundo divulgado pelo Bureau of Economic Analysis (BEA) nesta quinta-feira (31). O PCE foi a 2,6% em um ano — acima da meta de 2% perseguida pelo Federal Reserve (Fed).

Já os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 1.000, para 218.000 com ajuste sazonal na semana encerrada em 26 de julho, segundo o Departamento do Trabalho ndo país. Os economistas consultados pela Reuters previam 224.000 pedidos para o período.

Por aqui, os investidores continuaram repercutindo o “alívio” no ‘tarifaço’ sobre os produtos brasileiros. Segundo carta divulgada pela Casa Branca ontem (30), quase 700 itens serão isentos da tarifa de importação, entre eles: metais de silício, ferro-gusa, aeronaves civis e suas peças e componentes, alumina de grau metalúrgico, minério de estanho, madeira, metais preciosos, energia e produtos energéticos e fertilizantes, além de produtos agrícolas como castanha-do-pará, suco e polpa de laranja.

Para os produtos fora da lista de isenção, a tarifa de adicional de 40% entra em vigor na próxima quarta-feira (6). Ao todo, o Brasil será tarifado em 50%.

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Ainda ontem (30), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a Selic em 15% ao ano, como o esperado.

Além disso, os dados macroeconômicos ficaram em segundo plano. Entre eles, a taxa de desemprego no Brasil recuou mais do que o esperado e foi a 5,8% no segundo trimestre de 2025 (2T25), marcando o resultado mais baixo na série histórica iniciada em 2012.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.