Dólar

Dólar sobe e encosta em R$ 5,40 com cenário fiscal e à espera de Copom

04 nov 2025, 17:10 - atualizado em 04 nov 2025, 17:20
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(Imagem: Pexels)

O dólar voltou a subir ante moedas fortes e, consequentemente, emergentes com a escalada da aversão ao risco, enfraquecimento das commodities e expectativas sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos e no Brasil. 

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Nesta terça-feira (4), o dólar à vista (USDBRL) encerrou a sessão a R$ 5,3989, com alta de 0,77%. 



O movimento acompanhou a tendência externa. Por volta das 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, operava com alta de 0,35%, aos 100,225 pontos.

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O que mexeu com o dólar hoje?

A expectativa pela decisão de política monetária do Brasil movimentaram o mercado de câmbio. Amanhã (5), o Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano.

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Pela manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que “por mais pressão que haja sobre o Banco Central para não baixar juros”, a taxa terá de cair e que se fosse o presidente do BC isso aconteceria já amanhã. Para justificar a falar, ele cita uma melhora nas expectativas dos mercado e nos dados correntes de inflação.

Em evento promovido pela Bloomberg em São Paulo, um dia antes de o BC anunciar sua decisão sobre o patamar dos juros básicos, Haddad afirmou que uma taxa real de juros de 10% no Brasil é algo que não faz sentido.

O cenário fiscal também ficou nos holofotes do mercado. No final da manhã, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado adiou a votação do projeto de lei que eleva a tributação de apostas online (bets) e fintechs.

A proposta tem tramitação terminativa, o que significa que, se aprovada na CAE, poderá ser encaminhada diretamente para análise da Câmara dos Deputados sem necessidade de aprovação do plenário do Senado. A nova votação está prevista para amanhã (5).

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O relator da matéria, senador Eduardo Braga (MDB-AM), estimou que o ganho de arrecadação com as mudanças propostas será de R$5 bilhões em 2026, R$ 6,4 bilhões em 2027 e R$ 6,7 bilhões em 2028.

O CAE também adiou a votação da proposta que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e concede desconto parcial aos que recebem até R$ 7.350 mensais.

O relator da medida, senador Renan Calheiros (MDB-AL), apresentou seu parecer sem alterações de mérito em relação à versão aprovada pela Câmara dos Deputados em outubro. Em seguida, anunciou pedido de vista de senadores, que adia a análise da medida.

A  previsão é que o projeto seja votado também amanhã (5) na CAE e depois seja apreciado no plenário do Senado. Se o texto for mantido sem alterações, seguirá direto para sanção presidencial, sem necessidade de nova análise pelos deputados.

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Os dados ficaram em segundo plano. Em destaque, a produção industrial brasileira voltou a mostrar fraqueza em setembro depois de um breve respiro no mês anterior, sob impacto das tarifas dos EUA e mantendo a falta de tração que vem marcando grande parte do ano para o setor em meio à política monetária restritiva.

indústria registrou em setembro recuo de 0,4% na produção na comparação com o mês anterior, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Juros nos EUA

No exterior, os discursos mais ‘hawkish’ de diretores do  Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos continuaram a movimentar o mercado de câmbio.

Além disso, os presidentes de grandes bancos de Wall Street, Morgan Stanley e Goldman Sachs, alertaram que os mercados de ações podem estar caminhando para uma queda, ressaltando as crescentes preocupações com as avaliações altíssimas. As avaliações injetaram mais aversão a risco nos mercados.

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O cenário fiscal norte-americano também dividiu as atenções. A paralisação (shutdown) da máquina pública dos Estados Unidos completou o 35º dia nesta terça-feira (4) e caminha para se tornar a mais longa da história norte-americana.

Durante a tarde, o DXY avançou com apoio da libra esterlina e retomando o nível de agosto, com notícias sobre as questões fiscais do Reino Unido.

Os rendimento dos títulos do governo britânico, conhecidos como gilts, de referência com vencimento em 10 anos caíram 2 pontos base, atingindo 4,419%, depois que a ministra das Finanças, Rachel Reeves, afirmou em que o governo tomaria “decisões difíceis” antes da apresentação do orçamento em 26 de novembro.

Em reação, a libra esterlina aprofundou queda e atingiu a mínima desde abril — o que fez o DXY, índice de dólar que compara a moeda norte-americana com uma cesta de seis divisas, entre elas a libra, retomar o nível dos 100 pontos.

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*Com informações de Reuters

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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