Dólar sobe a R$ 5,42 em sessão com liquidez reduzida e decisão de Moraes sobre IOF

Sem a referência dos Estados Unidos, o dólar tentou reduzir as perdas da semana ante real e ganhou fôlego com novos desdobramentos sobre a judicialização das mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Nesta sexta-feira (4), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4248, com alta de 0,37%.
Na semana, a divisa norte-americana acumulou queda de 1,06% ante o real.
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O que mexeu com o dólar hoje?
Sem a referência do mercado norte-americano, a movimentação do câmbio acompanhou as movimentações em torno da judicialização das mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Pela manhã, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes suspendeu os efeitos dos decretos presidenciais que elevaram as alíquotas do IOF bem como a decisão do Congresso Nacional na semana passada que sustou os efeitos da medida adotada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em decisão liminar, Moraes convocou uma audiência de conciliação para o próximo dia 15 com representantes do governo, da Câmara, do Senado e da Procuradoria-Geral da República.
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a decisão de Moraes busca delimitar competências de cada Poder, “o que é ótimo para o país”. Em conversa com jornalistas, no Rio de Janeiro, Haddad afirmou que o governo mostrará ao STF que não houve aumento linear do IOF, mas correções de distorções.
“Nós corrigimos o que nos parecia equivocado do ponto de vista de sonegação. As pessoas que estavam usando as operações financeiras de maneira indevida foram bloqueadas pelo decreto. Isso tem finalidade regulatória, com repercussão arrecadatória”, disse o ministro.
Já o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), rejeitou a possibilidade de rompimento do Congresso com o governo por causa do impasse envolvendo o IOF, ao mesmo tempo que defendeu cortes de gastos que não prejudiquem as pessoas mais pobres.
“Discordar neste ponto do IOF não representa um rompimento com o governo, não representa um rompimento com a equipe econômica. É apenas uma decisão do Parlamento, do Congresso Nacional em não concordar com mais aumentos de impostos. É isso que nós deixamos claro”, disse Motta em entrevista à CNN Brasil.
Ele ainda afirmou que a proposta do governo de isentar o Imposto de Renda (IR) para pessoas que ganham até R$ 5 mil por mês será aprovada como prova de que o Legislativo não é contra os pobres.
De olho nas eleições de 2026, o presidente Lula afirmou que vai disputar a reeleição à presidência no próximo ano. “Tem gente que pensa que o governo já acabou. Tem gente que já está pensando em eleição. Eles não sabem o que eu estou pensando”, disse Lula em cerimônia de anúncio de investimentos da Petrobras em refino e petroquímica, na cidade de Duque de Caxias (RJ).
“Então se preparem, se preparem, porque se tudo estiver como eu estou pensando esse país vai ter pela primeira vez um presidente eleito quatro vezes”, acrescentou.
Entre os dados macroeconômicos, a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 5,889 bilhões em junho, uma queda de 6,9% sobre o saldo apurado no mesmo mês do ano passado. Os números foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
O saldo veio abaixo de expectativas de economistas consultados pela Reuters, que previam superávit de US$ 6,450 bilhões para o mês.
*Com informações de Reuters