Dólar cai a R$ 5,36 à espera de decisão do Copom
Na expectativa pela decisão sobre juros no Brasil, o dólar perdeu força, em dia de forte volatilidade. Dados de atividade econômica e a paralisação da máquina pública norte-americana também movimentaram a sessão.
Nesta quarta-feira (5), o dólar à vista (USDBRL) encerrou a sessão a R$ 5,3614, com queda de 0,69%. Pela manhã, a divisa chegou a bater R$ 5,40 com dados nos EUA.
O movimento acompanhou a tendência externa. Por volta das 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, operava com baixa de 0,04%, aos 100,188 pontos.
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O que mexeu com o dólar hoje?
A expectativa pela decisão de política monetária do Brasil movimentou o mercado de câmbio. Hoje (5), o Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano. A decisão será divulgada após o fechamento dos mercados.
“A decisão é amplamente esperada, mas o foco recai sobre o comunicado que acompanhará o anúncio, já que analistas aguardam possíveis sinais de início do ciclo de queda dos juros”, afirmou Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, em nota.
“A expectativa é de que o Banco Central ajuste as expressões utilizadas nos últimos comunicados no sentido de abrir espaço para maior flexibilidade da política monetária nas próximas reuniões”, acrescentou.
O cenário fiscal também ficou nos holofotes do mercado. A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou a proposta que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e concede desconto parcial aos que recebem até R$ 7.350 mensais.
Ontem (4), relator da medida, senador Renan Calheiros (MDB-AL), apresentou seu parecer sem alterações de mérito em relação à versão aprovada pela Câmara dos Deputados em outubro.
Agora, o texto deve ser apreciado no plenário do Senado. Se for mantido sem alterações, o projeto de lei seguirá direto para sanção presidencial, sem necessidade de nova análise pelos deputados.
No exterior, a paralisação (shutdown) da máquina pública dos Estados Unidos completou o 36º dia e se tornou a mais longa da história norte-americana.
Pela manhã, o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que os republicanos devem acabar com o filibuster — regra que permite à minoria atrasar ou bloquear a votação de um projeto de lei — no Senado dos EUA, para garantir que o partido possa continuar a aprovar sua agenda legislativa.
O alívio nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China também aumentou o apetite ao risco — fazendo o dólar perder força.
Nesta quarta-feira (5), Pequim confirmou a suspensão das tarifas comerciais sobre produtos agrícolas dos EUA, a partir de 10 de novembro, com exceção da importação da soja — que continuará sujeita a uma taxa de 13%.
As taxas retaliatórias de 10% sobre outros produtos norte-americanos seguirão em vigor.
*Com informações de Reuters