Dólar fecha em alta, a R$ 5,68, com dados fortes nos EUA e à espera da Super Quarta

O dólar iniciou a sessão em queda ante o real, mas ganhou força ao longo da sessão com os investidores atentos às negociações dos Estados Unidos com países parceiros comerciais, fraqueza das commodities e expectativa por decisões de política monetária.
Nesta segunda-feira (5), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,6899, com alta de 0,62% ante o real.
O movimento destoou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, caía 0,26%, aos 99,766 pontos.
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O que mexeu com o dólar hoje?
O dólar teve mais uma sessão de ganhos com a tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no centro das atenções e dados econômicos mais fortes que o esperado.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) do setor de serviços dos EUA aumentou de 50,8 em março para 51,6 em abril, segundo o Instituto de Gestão de Fornecimento. Os economistas consultados pela Reuters previam queda para 50,2.
Uma leitura do PMI acima de 50 indica crescimento no setor de serviços, que responde por mais de dois terços da economia norte-americana. O instituto associa uma leitura acima de 49 ao longo do tempo com o crescimento da economia como um todo.
Ontem (4), o chefe da Casa Branca disse que os EUA estão se reunindo com muitos países, incluindo a China, para tratar de acordos comerciais, e que sua principal prioridade com Pequim é garantir um acordo comercial justo.
Já hoje (5), o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, afirmou que os EUA estão perto de fechar acordos comerciais com diversos parceiros, mas destacou que a China ainda apresenta resistência às negociações.
“Estamos muito próximos de fechar alguns acordos comerciais, alguns virão talvez ainda esta semana”, disse. “Estou altamente confiante de que 17 parceiros comerciais, excluindo a China, apresentaram propostas comerciais muito boas”, disse o secretário em entrevista à CNBC.
Segundo ele, a agenda de tarifas, cortes de impostos e desregulamentação de Trump trabalhará em conjunto para impulsionar o investimento de longo prazo na economia do país, acrescentando que os mercados financeiros do país são “antifrágeis” e resistirão a qualquer turbulência de curto prazo.
Em relação ao Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conversou com Bessent sobre a política tarifária norte-americana, no último domingo (4). O chefe da pasta econômica disse que os dois países estão negociando os “termos de um entendimento”.
No cenário doméstico, o enfraquecimento do real foi puxado pelo desempenho das commodities. Os investidores repercutiram o Relatório Focus, ainda que em segundo plano. Os economistas consultados pelo Banco Central reduziu a projeção para inflação pela primeira vez em 17 semanas, de 5,55% para 5,53% em 2025 e ajustaram a estimativa para a Selic no fim do ano de 15% para 14,75%.
O câmbio também operou na expectativa pelas decisões de política monetária nos EUA e no Brasil na próxima quarta-feira (7). Na maior economia do mundo, a expectativa é de manutenção dos juros na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano, com alguma sinalização de início do ciclo de cortes na reunião do Federal Reserve (Fed) em junho.
Por aqui, o mercado espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) eleve a Selic em 0,5o ponto percentual, para 14,75% ao ano. No mercado de opções de Copom da B3, a precificação era de 74,75% de probabilidade de alta de 50 pontos-base da Selic esta semana (ante 62,50% na sessão anterior) na atualização mais recente da última sexta-feira (2).
*Com informações de Reuters