Dólar tem leve queda e fecha a R$ 5,34 com ata do Fed e MP da Taxação no radar

O dólar teve uma sessão volátil com melhora do apetite a risco no exterior, ata do Federal Reserve (Fed), dados de fluxo de capital e tramitação da MP da Taxação, alternativa às mudanças do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) anunciadas pelo governo no primeiro semestre deste ano.
Nesta quarta-feira (8), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,3442, com queda de 0,11%.
O movimento destoou da tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, subia 0,27%, aos 98,852 pontos.
- LEIA MAIS: Comunidade de investidores Money Times reúne tudo o que você precisa saber sobre o mercado; cadastre-se
O que mexeu com o dólar hoje?
No Brasil, as atenções seguiram voltadas ao cenário fiscal.
Com o risco de caducar, a Medida Provisória (MP) 1.303, alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), foi aprovada ontem (7) pela Comissão Mista do Congresso e ainda precisa passar pelo crivo dos deputados e senadores nesta quarta-feira (8).
Os governistas correm contra o tempo, uma vez que a proposta tem de passar ainda pelos plenários da Câmara e do Senado a menos de 12 horas do prazo final antes de perder a validade.
Durante a tarde, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, convocou uma reunião de emergência com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad; da Casa Civil, Rui Costa; e de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann; e líderes do governo do Senado, Jaques Wagner (PT-BA), da Câmara, José Guimarães (PT-CE) e do Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP) para discutir o impasse da medida no Congresso.
A conversa durou uma hora. A expectativa é de que Haddad faça uma entrevista coletiva sobre a MP logo após o fechamento do mercado, por volta de 17h (horário de Brasília).
Entre os dados, o Brasil registrou fluxo cambial total negativo de US$ 223 milhões em setembro, em movimento puxado pela via financeira, segundo dados do Banco Central. Os dados mais recentes são preliminares e fazem parte das estatísticas referentes ao câmbio contratado.
Pelo canal financeiro, houve saídas líquidas de US$ 780 milhões em setembro. Por este canal são realizados os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, as remessas de lucro e o pagamento de juros, entre outras operações.
Pelo canal comercial, o saldo de setembro foi positivo em US$ 557 milhões.
O real também ganhou força com a recuperação do petróleo no mercado internacional. O contrato mais líquido do Brent, referência mundial, fechou com alta de 1,22%, a US$ 66,25 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.
Em linhas gerais, países emergentes e exportadores de commodities, como o Brasil, são impactados positivamente através do aumento dos preços das commodities, como o petróleo.
Exterior
A paralisação (shutdown) do governo dos Estados Unidos, que começou nesta quarta-feira (1º), entrou no oitavo dia com os republicanos e os democratas do Congresso ainda em um impasse e a Casa Branca ameaçando aumentar a pressão com demissões em massa de funcionários federais.
Os investidores, porém, concentraram as atenções na ata da última decisão de política monetária, em que o Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) fez um corte de 0,25 ponto percentual nos juros, para a faixa de 4,00% a 4,25% ao ano, retomando o ciclo de afrouxamento monetário.
Na ata do Fomc, divulgada nesta quarta-feira (8), os dirigentes concordaram que os riscos para o mercado de trabalho norte-americano aumentaram o suficiente para justificar um corte na taxa de juros, mas muitos permaneceram cautelosos com a inflação ainda acima da meta de 2%.
Com o documento, o mercado manteve as apostas de um novo corte nos juros norte-americanos. De acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group, o mercado vê 92,5% de chance de o Fed reduzir novamente os juros em 0,25 ponto percentual na próxima decisão, em 29 de outubro.
Na França, os investidores continuaram acompanhando a crise política.
*Com informações de Reuters