Dólar

Dólar sobe a R$ 5,37 com exterior de olho em questões geopolíticas e Fed

09 out 2025, 17:09 - atualizado em 09 out 2025, 17:47
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(Imagem: REUTERS/Dado Ruvic)

O dólar ganhou força ante as divisas fortes e emergentes com as atenções concentradas na geopolítica global e a divergência entre dirigentes do Federal Reserve (Fed). O avanço da inflação e a derrota do governo no Congresso brasileiro também movimentaram o câmbio.

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Nesta quinta-feira (9), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,3750, com alta de 0,58%.



O movimento  acompanhou a tendência vista lá fora. Por volta das 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, subia 0,49%, aos 99.407 pontos.

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O que mexeu com o dólar hoje?

O exterior voltou movimentar o câmbio. Nesta quinta-feira (9), a paralisação (shutdown) do governo dos Estados Unidos, que começou no primeiro dia de outubro, entrou no nono dia e com uma nova tentativa “frustrada” de financiamento.

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No início da tarde, o Senado norte-americano rejeitou mais uma proposta para encerrar a paralisação da máquina pública. Essa foi a sétima tentativa.

Desta vez, os democratas bloquearam o plano dos integrantes do Partido Republicano de reabrir o governo.

Os impactos da paralisação já começaram a ser sentidos na economia, além do adiamento das divulgações de dados econômicos.

Ontem (8), o IRS — equivalente à Receita Federal do Brasil — anunciou que irá licenciar quase metade de sua força de trabalho como resultado da paralisação. Além disso, a escassez de controladores de tráfego aéreo levou a Administração Federal de Aviação (FAA) a atrasar voos.

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Os investidores também dividiram as atenções, para além do shutdown, com as declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA).

O diretor do BC, Michael Barr, afirmou que a autoridade monetária deve agir com cautela em relação a novos cortes na taxa de juros.

“O Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) deve ser cauteloso quanto ao ajuste da política monetária para que possamos coletar mais dados, atualizar nossas previsões e avaliar melhor o equilíbrio de riscos”, disse Barr, em comentários preparados para o Economic Club of Minnesota, seu primeiro discurso sobre política monetária desde junho.

Com os riscos de alta para a inflação e negativos para o mercado de trabalho, o Fed está em uma “posição desafiadora”, sem um caminho livre de riscos para definir a política monetária, disse Barr.

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Por outro lado, o presidente da unidade do Fed de Nova York, John Williams, defendeu, em uma entrevista publicada pelo New York Times, mais cortes na taxa de juros neste ano. Ele citou o risco de uma nova desaceleração no mercado de trabalho no país.

O presidente do BC, Jerome Powell, participou de evento nesta quinta-feira (9), mas não fez menção à política monetária.

Na questão geopolítica, Israel e o grupo militante palestino Hamas assinaram um acordo de cessar-fogo e libertação dos reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos, primeira fase da iniciativa do presidente norte-americano, Donald Trump, para encerrar a guerra de dois anos em Gaza, que abalou o Oriente Médio.

As movimentações políticas na França e no Japão também seguiram no radar.

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Fiscal segue no radar

No Brasil, o cenário fiscal seguiu nos holofotes.

Na noite de ontem (8), o governo sofreu uma derrota na Câmara dos Deputados com a aprovação de um requerimento que retirou de pauta a Medida Provisória 1.303, que tratava da taxação de aplicações financeiras. Com isso, a proposta perdeu a validade.

Vale lembrar que a medida foi editada na intenção de compensar a perda de arrecadação após o governo recuar de parte do aumento de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A previsão era de aumento de um pouco mais de R$ 17 bilhões na arrecadação federal em 2026.

Na prática, o texto foi rejeitado sem sequer ter sido analisado seu mérito. A MP caducaria se não fosse aprovada pelos plenários da Câmara e do Senado até esta quarta-feira (8).

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Em resposta ao Congresso, o ministro da FazendaFernando Haddad, afirmou que apresentará várias alternativas de medidas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a derrota.

Em entrevista a jornalistas na porta do Ministério da Fazenda em Brasília, Haddad afirmou que a redução dos gastos tributários é uma determinação constitucional e que uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que restabeleceu um decreto de Lula sobre o IOF após o Congresso votar pela sua revogação dá “conforto” ao Executivo para chegar ao final do ano.

Lula também disse que discutirá como o sistema financeiro pode pagar o imposto devido na próxima semana como alternativa à MP da Taxação, em entrevista à rádio Piatã, da Bahia, na manhã desta quinta-feira (9).

Entre os dados, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,48%, após deflação de 0,11% em agosto, segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta quinta-feira (9). Esse foi o resultado mais alto desde março (+0,56%).

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A alta acumulada em 12 meses passou de 5,13% em agosto para a 5,17%, afastando-se do teto da meta contínua do Banco Central — de 3,0%, medida pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Apesar dos avanços, os números ficaram abaixo das expectativas. De acordo com os economistas ouvidos pela Reuters, o IPCA registraria alta de 0,52% no mês e de 5,22% em 12 meses.

Na avaliação de economistas, o avanço do IPCA não altera o cenário de manutenção da Selic a 15% até o final deste ano.

A queda de mais de 1% do petróleo também pesou contra o real.

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*Com informações de Reuters

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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