Dólar à vista recua a R$ 5,65 com IPCA e expectativa de acordo comercial entre EUA e China

O dólar estendeu as perdas na última sessão na expectativa do acordo dos Estados Unidos com a China neste fim de semana.
Nesta sexta-feira (9), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,6548, com leve queda de 0,11% ante o real. Na semana, a divisa ficou estável.
O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, caía 0,27%, aos 100,367 pontos.
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O que mexeu com o dólar hoje?
Em reação ao real, o dólar à vista estendeu as perdas da véspera com apoio das commodities. Países emergentes e exportadores, como o Brasil, foram impactados positivamente através do aumento dos preços das matérias-primas, como o petróleo — que avançou quase mais de 1% hoje.
No cenário doméstico, os investidores reagiram a dados de inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,43% em abril, indicando uma desaceleração em relação à alta de 0,56% apurada em março. Agora, a inflação acumulada é de 2,48% no ano e de 5,53% em 12 meses.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a inflação encerrará 2025 em um patamar inferior ao previsto pelo mercado, durante evento na B3 nesta sexta-feira (9). No último Relatório Focus, os analistas consultados pelo Banco Central estimaram o IPCA a 5,53% neste ano.
Já no exterior, a expectativa de acordo comercial entre os Estados Unidos e a China movimentou o câmbio. Na véspera, o presidente Donald Trump anunciou um acordo com o Reino Unido, reduzindo as tarifas sobre os produtos britânicos para 10%.
Neste final de semana, o representante comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês), Jamieson Greer e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, se reúnem com representante econômico da China, He Lifeng, na Suíça.
Hoje (9), Trump disse que “uma tarifa de 80% sobre a China parece correta”, em publicação na rede Truth Social — antes das negociações esperadas pelo mercado, o que elevou o grau de incerteza entre os agentes financeiros.
Embora isso represente um alívio em relação à tarifa atual de 145% sobre a China, ainda é acima do consenso do mercado. Anteriormente, a Bloomberg News noticiou que a taxa de importação seria reduzida para menos de 60%. Por agora, há incerteza de que a alíquota seja referente uma tarifa de longo prazo ou uma tarifa temporária sobre os produtos chineses.