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Dólar avança 1% e retoma nível de R$ 5,50 com ameaça feita por Trump de aumentar tarifas para o Brasil

09 jul 2025, 17:03 - atualizado em 09 jul 2025, 17:15
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O dólar subiu com anúncio de tarifas dos EUA para mais 7 países, novas ameaças tarifárias ao Brasil e perspectiva de Selic alta por mais tempo (Imagem: iStock.com/Aslan Alphan)

O dólar teve mais um dia de ganhos com novas ameaças tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil e a perspectiva de que os juros permanecerão elevados por mais tempo.

Nesta quarta-feira (9), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5024, com alta de 1,04%.



O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, operava estável aos 97.513 pontos.

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Apesar do avanço, os analistas do BTG Pactual avaliam que o patamar próximo a R$ 5,40 é uma região de suporte importante. A tendência de curto prazo do dólar ante o real permanece de baixa, “mas observamos uma piora na relação risco e retorno para novas posições vendidas, dado o nível técnico atual”, afirmaram os analistas técnicos Lucas Costa e Gabriel Sporch em relatório. 

O que mexeu com o dólar hoje?

As tarifas de importação impostas pelo presidente dos Estados Unidos continuaram a concentrar as atenções dos investidores no Brasil e no exterior.

Nesta quarta-feira (9), Donald Trump anunciou que os produtos produzidos na Líbia, Iraque, Sri Lanka e Argélia serão taxados em 30%, da Moldávia e Brunei serão submetidos a uma taxa de 25% e os bens e mercadorias da Filipinas sofrerão uma alíquota de 20% na importação nos EUA. As taxas entrarão em vigor em 1º de agosto.

O chefe da Casa Branca também refez novas ameaças tarifárias ao Brasil. Ele disse que deve anunciar uma “nova tarifa” sobre os produtos brasileiros até amanhã (10).

“O Brasil, por exemplo, não tem sido bom para nós, nada bom”, disse Trump a repórteres em um evento com líderes da África Ocidental na Casa Branca. “Vamos divulgar um número para o Brasil, creio eu, no final desta tarde ou amanhã de manhã.”

A medida faz parte da ofensiva de Trump iniciada no último final de semana. O presidente norte-americano tem ameaçado os países do Brics — bloco econômico formado por BrasilRússiaÍndiaChina e África do Sul e que tem EgitoEtiópiaIndonésiaIrã e Emirados Árabes Unidos como membros desde o ano passado.

Segundo ele, o bloco econômico foi criado pata desvalorizar o dólar.

Ainda nos Estados Unidos, a ata da mais recente reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) não teve impacto sobre câmbio.

No documento, o Fomc afirmou que apenas “alguns membros” consideraram um corte na taxa de juros ainda neste mês, enquanto a maior continua preocupada com a pressão inflacionária das tarifas de Trump. Na decisão, o Fed manteve os juros inalterados pela quarta vez consecutiva na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.

Após a divulgação da ata, o mercado consolidou a aposta de início do afrouxamento monetário apenas em setembro. De acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group, a chance de o Fed cortar os juros subiu de 68,3% (antes da ata) a 70,2%. A probabilidade majoritária continua de 25 pontos-base, o que levaria os juros para a faixa de 4,00% a 4,25% ao ano.

A próxima reunião do BC dos EUA acontece entre os dias 29 e 30 de julho.

Falas de Galípolo

No cenário doméstico, o real ainda perdeu força ante o dólar com novas declarações do presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo.

Galípolo reafirmou que todos os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) estão “bastante incomodados” com a desancoragem das expectativas de mercado para a inflação, enfatizando que o BC persegue o centro da meta , de 3%.

“Tenho visto que a maior parte das críticas à elevada taxa de juros, de 15%, muitas vezes está associada a uma sugestão, vamos dizer assim, de que não se deveria cumprir a meta”, disse Galípolo durante audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.

“Não é uma sugestão, a meta decorre de um decreto, a meta é 3%. A meta não é 3% com 1,5 ponto (de tolerância) para cima e 1,5 ponto para baixo no sentido de que eu posso perseguir a meta de maneira leniente. […] O BC não vai flexibilizar.”

Segundo ele, a inflação segue acima da meta e persiste disseminada em diversos itens, em um cenário de mercado de trabalho aquecido e que continua surpreendendo.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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