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Dólar acima de R$ 5,40: Agentes da cadeia do milho e soja que ganham com rali da moeda; e as ações?

17 jun 2024, 17:17 - atualizado em 17 jun 2024, 17:28
soja milho dólar
Agentes que consomem milho e soja no mercado doméstico, assim como os que possuem receita no mercado interno, podem sair perdendo (Foto: Pixabay)

O dolár futuro avançava 0,86%, em R$ 5,429, por volta 16h45. No último mês, a moeda acumula uma valorização de 5,99% (R$ 0,307) e um salto de 8,43% (R$ 0,422) nos últimos três meses. A partir deste cenário, destacamos os reflexos para a cadeia da soja e milho do Brasil.

De modo geral, valorização do dólar é sempre positiva para exportadores. Sendo assim, como soja e milho são commodities majoritariamente exportadas pelo Brasil, essa valorização é positiva para a maior parte dos agentes.

“Pelo lado das tradings (empresas exportadoras), é positivo porque seus gastos, denominados em real, seguem estáveis e os ganhos, recebidos em dólar, aumentam. Além disso, esse fenômeno dá para as tradings a possibilidade de aceitar valores menores em dólar pela soja e pelo milho sem incorrer em perdas de margem, estratégia que aumenta a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional”, diz Felipe Sawaia, analista de inteligência de mercado na StoneX.

Produtores ganham com maior câmbio

Pelo lado dos produtores, a valorização do dólar é positiva porque abre espaço para as tradings pagarem valores mais elevados pela soja e o milho, já que a margem dessas empresas aumentou com a mudança no câmbio.

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Segundo Luiz Fernando Gutierrez, analista de soja na Safras & Mercado, o cenário impacta mais a formação de preços da oleaginosa frente ao milho. “Isso porque os preços da soja tem uma correlação maior com os valores da bolsa de Chicago (CBOT), prêmios e câmbio”.

Quem perde com o cenário?

A alta acaba por ser negativa aos importadores, já que o câmbio mais elevado pesa sobre os valores. “Os importadores acabam por pagar mais pelo mesmo produto. A partir desse cenário de alta do dólar, a soja e milho do Brasil se tornam mais competitivos no mercado internacional”, comenta Gutierrez

Sawaia explica que os agentes brasileiros que podem sair prejudicados neste processo ficam por conta dos que consomem milho e soja no mercado doméstico, e que também possuem receitas no mercado interno.



“Isso acontece porque as empresas ficam sujeitas a aumentos de custo, no caso das tradings realmente começarem a pagar valores mais elevados aos produtores, sem receber compensação na hora da venda. Entre as impactadas, podemos destacar fábricas de ração, usinas de biodiesel e usinas de etanol de milho”, ressalta.

E as ações?

Dado ao mau humor recente do mercado brasileiro, o analista de Agro, Alimentos e Bebidas da XP Investimentos, Pedro Fonseca, comenta que não foi vista uma correlação direta do câmbio com a performance das ações.

“É importante sempre ter em perspectiva o nível de endividamento em dólar das empresas, que pode offsetar (compensar) parte relevante da melhoria dos resultados decorrente da alta do câmbio”.

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