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Dólar avança contra real em dia de feriado nos EUA; fiscal segue no radar

26 nov 2020, 9:21 - atualizado em 26 nov 2020, 13:10
Às 9:10, o dólar avançava 0,47%, a 5,3456 reais na venda (Imagem: REUTERS/Gary Cameron)

O dólar devolveu seus ganhos contra o real nesta quinta-feira e oscilava em torno da estabilidade, em dia de volumes reduzidos pelo feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, com os investidores continuando a avaliar o cenário doméstico após dados de empregos acima do esperado num contexto de incertezas fiscais.

Às 12:39, o dólar avançava 0,09%, a 5,3252 reais na venda, depois de ter chegado a subir 0,72% na máxima do dia, a 5,3591 reais.

Na B3, o dólar futuro tinha estabilidade, a 5,3230 reais.

Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, atribuiu essa movimentação a um “dia atípico, sem a referência da ‘matriz’, nos EUA”. “Aqui, fica um dia morno, acompanhando as variações de mercado e sem grandes volumes”, afirmou.

Ele acrescentou que a atenção dos mercados internacionais estava nas perspectivas de mais estímulo econômico na maior economia do mundo, com apostas de que o governo do presidente eleito, Joe Biden, ampliará o auxílio à economia ajudando a melhorar as perspectivas.

Mas, com Wall Street de portas fechadas nesta quinta-feira, o foco passava para as questões domésticas, com vários analistas reagindo positivamente à notícia de que o Brasil abriu 394.989 vagas formais de trabalho em outubro, melhor resultado mensal da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), iniciada em 1992, num desempenho atribuído pelo Ministério da Economia à força da retomada econômica.

Os dados vêm num momento de alta incerteza doméstica em meio a temores sobre a saúde fiscal do país.

Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho, disse à Reuters que “as reformas, o Orçamento do ano que vem e discussões acerca do auxílio emergencial” continuam dominando as atenções.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, repetiu na quarta-feira a necessidade de o país se comprometer com uma dinâmica sustentável para o fiscal, defendendo a continuidade das reformas, e disse que a fragilidade fiscal do país contribuiu para a forte desvalorização do real, que tem ficado para trás em relação a seus pares emergentes.

Sua fala provocou reação do ministro da Economia, Paulo Guedes, que relatou uma série de medidas já tomadas e disse haver “falsas narrativas” contra ele, rechaçando ainda estar “desacreditado”.

Em entrevista veiculada nesta quinta, mas feita na quarta, Campos Neto voltou a citar a importância da disciplina fiscal.

O time econômico da Guide escreveu diante dessas manchetes que, “de fato, o plano para a sustentabilidade futura das contas públicas existe, o que não temos é um cronograma confiável em que o mesmo será posto em prática (e aprovado)”.

Enquanto isso, a Covid-19 continua ganhando força no Brasil. Na quarta-feira, o país registrou 47.898 novos casos da doença, maior contagem diária em duas semanas.

O dólar negociado no mercado interbancário fechou a última sessão em queda de 1,03%, a 5,3206 reais na venda.

O BC vendeu nesta quinta todos os 12 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão de rolagem.

(Atualizada às 13h09)