Mercados

Real tem melhor desempenho no mundo com foco em reformas; otimismo externo colabora

02 fev 2021, 17:13 - atualizado em 02 fev 2021, 18:59
O dólar à vista caiu 1,70%, a 5,3562 reais na venda (Imagem: Pixabay/pasja1000)

O dólar fechou em expressiva queda nesta terça-feira, com o real liderando os ganhos entre as principais moedas, em dia positivo para ativos de risco no mundo e com expectativas de retomada da agenda local de reformas após vitória sólida de aliados do governo nas eleições para Câmara e Senado.

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O dólar à vista caiu 1,70%, a 5,3562 reais na venda, após oscilar entre 5,3442 reais (-1,92%) e 5,4225 reais (-0,48%).

Na lista de ganhadores contra o dólar na sessão, a moeda brasileira era seguida por peso colombiano, peso mexicano e rand sul-africano  que também se beneficiam de demanda por risco.

O mercado aguardava mais estímulos fiscais nos Estados Unidos enquanto se mantinha atento à safra de balanços corporativos por lá.

Mas o real abriu “gap” positivo ante seus pares, turbinado pelo noticiário doméstico depois das eleições dos presidentes da Câmara e do Senado.

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Apoiado pelo governo, Arthur Lira (PP-AL) foi eleito com larga vantagem em primeiro turno para a presidência da Câmara. E o novo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), prometeu na noite de segunda-feira esforço para conduzir pautas de interesse do Poder Executivo.

Investidores já contavam com a vitória de ambos, mas a larga margem nos dois casos surpreendeu e indicou maior suporte a negociação com o governo.

“No geral, os votos esmagadores de ambos os candidatos em torno (ou acima) da maioria constitucional (60%) em ambas as Casas Legislativas devem fortalecer a interpretação de que as reformas estruturais têm maior probabilidade de serem aprovadas, apoiando os preços dos ativos domésticos”, disse o Citi em nota.

No entanto, várias análises de profissionais de mercado destacaram que, apesar de pronta para um retorno, a agenda de reformas ainda enfrentará dificuldades políticas.

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“A estagnação dessa pauta (econômica) em 2020 ocorreu muito mais em função da eclosão da pandemia do coronavírus e da trepidez do próprio governo do que de uma postura antagônica dos antigos presidentes do Legislativo. Para que as reformas avancem em 2021, a mudança terá de vir do próprio Planalto”, disse Conrado Magalhães, da Guide.

Para Gustavo Arruda, economista chefe do BNP Paribas no Brasil, o Congresso está hoje menos preso à relação de troca com o governo do que o próprio Executivo. “Então vejo uma chance de a gente se decepcionar com a agenda” de reformas, disse, citando, por exemplo, risco de o Legislativo aprovar novo auxílio sem contrapartidas.

Para o banco francês, o dólar deverá encerrar o ano em 4,25 reais, queda nominal de 20,7% ante o fechamento desta terça. Ampla liquidez global, fraqueza generalizada da moeda norte-americana, fundamento positivo do Brasil em termos de contas externas e descolamento do real frente aos pares estão entre os argumentos do BNP para a expectativa de apreciação cambial.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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