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Dólar cai 3,7% e toca R$ 5,01 com demanda por risco

03 jun 2020, 12:53 - atualizado em 03 jun 2020, 12:53
Dólar
A moeda norte-americana dava sequência ao movimento da última sessão, quando o dólar spot despencou 3,23% (Imagem: Agência Brasil/ Marcello Casal Jr)

O dólar operava em queda acentuada contra o real nesta quarta-feira, estendendo as perdas expressivas da véspera e chegando a tocar a faixa de 5,01 reais, diante do otimismo em relação a uma recuperação econômica global, com os investidores deixando de buscar proteção na moeda norte-americana.

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Às 12:39, o dólar à vista recuava 3,26%, a 5,0405 reais na venda. Na mínima do dia, a moeda desceu a 5,0170 reais, queda de 3,71%.

A moeda norte-americana dava sequência ao movimento da última sessão, quando o dólar spot despencou 3,23%, a 5,2104 reais na venda, maior desvalorização percentual diária desde junho de 2018.

Segundo Flávio Serrano, economista-chefe do banco Haintong, as oscilações desta quarta-feira refletem o “movimento de redução da aversão a risco no mundo e no Brasil. Nos últimos dias os dados econômicos têm sido positivos, com sinais de retomada das atividades no exterior”.

Há um sentimento de que o pior da crise possa ter passado, com tendência de melhoras na economia global daqui para frente, completou Serrano.

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Dados econômicos da China desta quarta-feira mostraram uma recuperação no setor de serviços em maio, enquanto números da zona do euro indicaram que o pior da crise na União Europeia ficou para trás, o que fortalecia as apostas numa retomada econômica nas principais potências mundiais.

Além disso, nos Estados Unidos, o setor privado fechou bem menos vagas de trabalho do que o esperado em maio, com os empregadores demitindo outros 2,76 milhões de trabalhadores, contra expectativa de 9 milhões de perdas de emprego.

O pregão era de dólar fraco no exterior, e peso mexicano e rand sul-africano, dois pares mais próximos do real, operavam em alta contra a moeda norte-americana.

Apesar da queda expressiva do dólar –que já perdeu muito terreno desde que ficou a poucos centavos de superar 6 reais no mês passado–, analistas não descartam a possibilidade de volatilidade daqui para frente diante das tensões políticas locais, entre o Executivo e o Judiciário, e nos EUA, em meio a protestos contra o racismo e a violência policial.

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O dólar ainda acumula alta nominal de cerca de 25% contra o real no ano de 2020, impulsionado por um cenário de juros baixos e incertezas políticas e econômicas. Há algumas semanas, nesse contexto, a expectativa de boa parte dos mercados era de que a divisa iria superar os 6 reais.

Agora, entre os analistas, uma recuperação definitiva do real é incerta. Para Flávio Serrano, a divisa está voltando ao patamar em que deveria estar, mas citou a imprevisibilidade dos mercados, destacando riscos negativos como a possibilidade de uma segunda onda de contaminações por Covid-19.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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