Moedas

Dólar cai pelo 7° pregão e chega a ir abaixo de R$ 4,80 com manutenção de fluxos para Brasil

24 mar 2022, 10:29 - atualizado em 24 mar 2022, 10:29
Dólar
Às 10:13 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,18%, a 4,8361 reais na venda (Imagem: Pixabay/Foto-Rabe)

O dólar voltava a cair nesta quinta-feira e chegou a ir abaixo de 4,80 reais, embora já tenha reduzido as perdas desde então, com o mercado brasileiro aproveitando entrada contínua de recursos em meio ao patamar atraente dos juros básicos e à disparada nos preços das commodities.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Às 10:13 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,18%, a 4,8361 reais na venda. Na mínima do dia, a divisa chegou a perder 0,93%, a 4,7996 reais, e, caso mantivesse esse nível até o fim das negociações, registraria seu menor patamar para encerramento desde 12 de março de 2020 (4,7857).

A baixa desta manhã vem depois de, na véspera, o dólar ter perdido 1,44%, a 4,8446 reais na venda, mínima desde 13 de março de 2020 (4,8128).

Desde o início da semana, a moeda vem rompendo patamares de suporte importantes sucessivamente: 5,00 reais, 4,90 reais e 4,85 reais.

Com o desempenho desta quarta, o dólar ficava a caminho de marcar o sétimo pregão seguido de perdas, o que configuraria sua maior sequência de desvalorizações diárias desde uma série de mesma duração finda em 22 de abril de 2021.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Segundo Bruno Mori, planejador financeiro pela Planejar, a baixa dos últimos dias é apenas continuação de um movimento observado desde o início do ano, com a moeda norte-americana acumulando queda de mais de 13% em 2022. “O fluxo de investimentos estrangeiros para ativos financeiros brasileiros está muito forte, em primeiro lugar porque a taxa de juros está muito mais alta do que no exterior”, explicou ele.

A taxa Selic começou a subir há um ano, saindo de uma mínima histórica de 2% para o patamar atual de 11,75%.

O Banco Central indicou na ata de sua última reunião de política monetária e em seu Relatório Trimestral de Inflação, divulgado mais cedo, que promoverá mais um ajuste de 1 ponto percentual nos juros em maio, a 12,75%.

Dessa forma, o Brasil oferece a investidores em renda fixa retornos extremamente atraentes, principalmente quando comparados aos rendimentos de economias avançadas, como os Estados Unidos, que estão apenas começando a normalizar sua política monetária.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na semana passada, o Federal Reserve elevou seus juros em 0,25 ponto percentual, ante patamar próximo de zero.

O Banco Central indicou na ata de sua última reunião de política monetária e em seu Relatório Trimestral de Inflação, divulgado mais cedo, que promoverá mais um ajuste de 1 ponto percentual nos juros em maio, a 12,75% (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

Nesse contexto, gestores de fundos “acabam entendendo o Brasil como uma alternativa acessível, barata e com um risco que, por enquanto, vale a pena”, afirmou Mori, acrescentando que o fluxo de recursos para os ativos domésticos “está aproveitando que a turbulência das eleições presidenciais ainda não começou”.

Participantes do mercado também têm apontado a valorização de várias commodities desde o início da guerra na Ucrânia como fator de impulso para o real e outras divisas latino-americanas –como pesos chileno e colombiano e sol peruano. Isso porque são moedas de países exportadores de uma região vista como menos vulnerável às tensões geopolíticas.

Nesse contexto, Mori disse que é difícil enxergar um piso próximo para a desvalorização do dólar, mas disse ver os 4,50 reais como forte ponto de suporte para a moeda.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ele não descartou, no entanto, a possibilidade de haver eventuais ajustes para cima no preço da moeda. “Movimentos muito rápidos de queda tendem a ser corrigidos com algumas altas posteriores em alguns dias.”

Na B3, às 10:13 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,22%, a 4,8460 reais.

Compartilhar

A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.