Dólar em queda: XP aponta duas cestas de ações para investir com a oscilação da moeda americana

O dólar caiu cerca de 8,8% em relação ao real desde o início do ano. A moeda americana chegou a ser cotada em R$ 6,20 em dezembro de 2024, mas agora já opera entre R$ 5,60 e R$ 5,70.
Diante disso, a XP Investimentos realizou uma análise dos ativos em sua cobertura e selecionou, por meio de uma abordagem quantitativa e fundamentalista, duas cestas de ações para ajudar o investidor a se posicionar em diferentes cenários.
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A corretora calculou quais ativos possuem maior sensibilidade à taxa de câmbio medindo a volatilidade histórica. Depois, selecionou aquelas que devem ter um melhor desempenho de um ponto de vista fundamentalista, de acordo com sua atividade e exposição da receita ao dólar.
Os analistas dividiram os resultados em duas listas. Uma reúne ações que se beneficiam do dólar fraco, com perfil doméstico e pouca ou nenhuma receita na moeda americana, mais atrelados à atividade econômica e ao ciclo de juros doméstico.
Cesta dólar fraco | ||||
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Empresa | Ticker | Setor | % Receita em US$ | Retorno em 2025 |
Copel | CPLE6 | Elétricas | 0,00% | 41,80% |
Cyrela | CYRE3 | Construção Civil | 0,00% | 61,60% |
Azzas 2154 | AZZA3 | Varejo | 11,00% | 48,40% |
Iguatemi | IGTI11 | Propriedades Comerciais | 0,00% | 31,30% |
C&A | CEAB3 | Varejo | 0,00% | 116,20% |
Rumo | RAIL3 | Transportes | 0,00% | 2,10% |
Copasa | CSMG3 | Saneamento | 0,00% | 14,40% |
Motiva (antiga CCR) | MOTV3 | Transportes | 0,00% | 34,50% |
Já a outra, reúne ativos com sensibilidade positiva a um dólar mais forte, incluindo empresas com receita majoritariamente em dólar, mas que possuem estrutura de custos em moedas mais fracas, o que torna elas sensíveis às oscilações cambiais.
Cesta dólar forte | ||||
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Empresa | Ticker | Setor | % Receita em US$ | Retorno em 2025 |
BRF | BRFS3 | Alimentos & Bebidas | 47,30% | -18,10% |
Suzano | SUZB3 | Papel & Celulose | 79,20% | -13,10% |
JBS | JBSS3 | Alimentos & Bebidas | 74,00% | 12,00% |
Petrobras | PETR3 | Óleo, Gás e Petroquímicos | 100,00% | -11,40% |
Klabin | KLBN11 | Papel & Celulose | 34,70% | -14,40% |
Vale | VALE3 | Mineração & Siderurgia | 90,60% | 5,70% |
Gerdau | GGBR4 | Mineração & Siderurgia | 43,10% | -11,80% |
No acumulado do ano, a Cesta Dólar Fraco apresenta alta de 42,6%, frente a um avanço de 15,7% do Ibovespa. Já a Cesta Dólar Forte acumula perda média de -6,8%.
A XP ressalta que é importante que o investidor acompanhe os nomes incluídos em cada cesta, já que mudanças repentinas no câmbio, por fatores locais ou globais, podem alterar significativamente o desempenho das ações.
Desvalorização global do dólar
Segundo o índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a outras moedas globais, a desvalorização da moeda americana já chega a 6,5% em 2025, sendo que boa parte desse movimento ocorreu após o “tarifaço” do presidente Donald Trump.
Em meio à crescente incerteza sobre os rumos da economia americana, o dólar, que é tradicionalmente visto como porto seguro, vem perdendo força frente às principais moedas globais, mesmo diante de um ambiente de maior volatilidade nos mercados.
Os analistas destacam que o comportamento contrasta com o observado no fim de 2024, quando o dólar avançou 13,4% em relação ao real no 4º trimestre de 2024, impulsionado por preocupações fiscais no Brasil e receios com o crescimento global, que fortaleceram o DXY.
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