Coluna do Einar Rivero

Dólar em R$ 5,54: Real é a moeda mais depreciada em 27 economias; confira

19 jul 2024, 9:14 - atualizado em 19 jul 2024, 9:14
dólar real morning times lula ibovespa wall street
Com o dólar alto, o real foi a moeda com a maior depreciação em 2024 até o dia 18 de julho, com uma queda de 12,65%. (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)

No último pregão, o dólar (USDBRL) operou em forte alta, fechando em R$ 5,54. As atenções estavam voltadas para as discussões sobre o Orçamento, com a expectativa de que novos bloqueios de despesas fossem anunciados, em uma tentativa do governo de alcançar o déficit zero neste ano.

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Analistas repercutiram mal os sinais vindos de uma entrevista da ministra Simone Tebet, que afirmou que apenas gastos desnecessários seriam revistos, preservando programas sociais e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

No final do dia, Tebet e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciaram um congelamento de R$ 15 bilhões, valor abaixo do esperado pelo mercado. Além da questão fiscal, há incertezas sobre a sucessão do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que deixará o cargo em dezembro.

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Real é a moeda mais depreciada perante o dólar

De acordo com uma análise de 27 economias feita pela Elos Ayta, o real foi a moeda com a maior depreciação em 2024 até o dia 18 de julho, com uma queda de 12,65%. O peso argentino vem logo em seguida, com uma desvalorização de 12,57%, seguido pela lira turca, que caiu 10,79%, e pelo Iene, que recuou 10,38%.

(Fonte: Elos Ayta/Einar Rivero)

Esses dados revelam um cenário preocupante para o Brasil e outros países, cujas moedas têm apresentado uma performance significativamente negativa em relação ao dólar americano. Fatores econômicos e políticos, tanto internos quanto externos, desempenham um papel crucial nesse cenário de desvalorização.

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Embora muitas moedas tenham sofrido desvalorização, algumas mostraram valorização em relação ao dólar americano no mesmo período. A libra esterlina lidera com uma valorização de 2,60%, seguida pelo rublo russo, que valorizou 0,96%, e pelo rand sul-africano, que teve uma leve alta de 0,22%.

A alta do dólar e a desvalorização das moedas de várias economias têm profundos impactos no cenário econômico global. No Brasil, isso significa um aumento nos custos de importação, influenciando diretamente a inflação e o poder de compra da população.

A desvalorização do real também pode afetar negativamente a confiança dos investidores estrangeiros, dificultando ainda mais a recuperação econômica.

Os dados apresentados destacam a volatilidade e a incerteza do mercado cambial atual. As flutuações nas taxas de câmbio refletem uma combinação de fatores econômicos, políticos e sociais que precisam ser monitorados de perto por governos, empresas e investidores para uma melhor navegação nesse ambiente desafiador.

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O cenário atual exige uma análise cuidadosa e medidas estratégicas para mitigar os impactos das flutuações cambiais. As decisões políticas, como as que ocorrem no Palácio do Planalto, são fundamentais para definir o rumo econômico do país. A valorização de algumas moedas e a desvalorização significativa de outras evidenciam a necessidade de um acompanhamento constante e de políticas econômicas adaptativas.

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Einar Rivero é CEO da Elos Ayta Consultoria e especialista de dados financeiros de mercado. Formado em Engenharia, tornou-se referência para o mercado financeiro por trazer levantamentos e insights inéditos a partir do cruzamento de dados econômicos. Durante 25 anos, atuou como líder e gerente de relacionamento institucional de plataformas de informação financeira, como TradeMap e Economatica.
einar.rivero@autor.moneytimes.com.br
Einar Rivero é CEO da Elos Ayta Consultoria e especialista de dados financeiros de mercado. Formado em Engenharia, tornou-se referência para o mercado financeiro por trazer levantamentos e insights inéditos a partir do cruzamento de dados econômicos. Durante 25 anos, atuou como líder e gerente de relacionamento institucional de plataformas de informação financeira, como TradeMap e Economatica.