Mercados

Dólar fecha em alta e bica os R$ 5,15 em cautela local com exterior e eleição

16 ago 2022, 18:23 - atualizado em 16 ago 2022, 18:39
Urna Eletrônica
Dólar fecha em alta de quase 1% em cautela no mercado doméstico com o início da campanha eleitoral, de olho no exterior (Imagem: Roberto Jayme/Ascom/TSE)

O dólar à vista fechou em alta de 0,8% frente ao real, cotado a R$ 5,14, em movimento de cautela no mercado doméstico. 

A eleição 2022 entra de vez na agenda do mercado com o início da campanha eleitoral e a economia na China segue preocupando investidores.

A economista do banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli, avalia que o mercado local opera em tom de cautela esta semana. 

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Impacto nas commodities

“Ontem, os dados da China geraram um desconforto. Houve uma desaceleração nos preços das commodities, o que acaba refletindo nas moedas ligadas às elas”, diz.

O diretor de alocação e distribuição da InvestSmart XP, André Meirelles, acrescenta que o movimento deve-se a uma correção em relação às expectativas sobre o crescimento econômico do país asiático. 

“Essas revisões de expectativa tendem a impactar as projeções de demanda por algumas commodities e, consequentemente, seus preços”, pondera.

Ele destaca que o recuo no preço das commodities tende a impactar o dólar reduzindo a atratividade de empresas brasileiras expostas ao setor. O que impacta o fluxo de entrada de capital estrangeiro.

Além disso, há impacto negativo também sobre o volume financeiro das exportações. “Esses dois canais tendem a contribuir para desvalorização do dólar aqui”, reforça.

A economista do Ourinvest observa que o país entrou em clima de eleição, o que deve aumentar a aversão ao risco nas próximas semanas.

Olho na eleição

A campanha eleitoral começou faz tempo e o mercado já precificou a disputa entre o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro.  O foco, agora, é o cenário fiscal, independentemente da escolha do candidato.

“A questão fiscal é de longe a maior preocupação do mercado, atento aos sinais dos gastos públicos no ano que vem”, comenta o cientista político da Tendências Consultorias, Rafael Cortez.

Ele avalia que a emenda de teto de gastos será alterada, independentemente de quem ganhar a corrida presidencial. O que deixa o cenário econômico bastante desafiador.

Segundo Cortez, o mercado deverá responder as estratégias de campanha, atentos à possíveis crises institucionais  relacionadas ao sistema eleitoral.

“E um terceiro ponto é, na medida em que o resultado [da eleição] for ficando mais claro, o mercado buscará sinais da nova equipe econômica. sinais mais concretos de que como será o próximo governo”, ressalta.

Amanhã

O grande evento nesta quarta-feira deverá ser a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Para os analistas da Ágora Investimentos, o documento pode reforçar as expectativas quanto ao direcionamento do banco central norte-americano para as próximas reuniões de política monetária. 

Na semana passada, após os dados de julho da inflação norte-americana, aumentaram as apostas de uma postura menos agressiva (“hawkish”) da autoridade monetária, com possível elevação da taxa de juros em 0,50 ponto percentual e não 0,75 pp.

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Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
flavya.pereira@moneytimes.com.br
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.