Dólar

Dólar sobe a R$ 5,98 e renova recorde histórico de fechamento pela 2ª vez consecutiva

28 nov 2024, 17:06 - atualizado em 28 nov 2024, 17:12
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O dólar à vista atingiu a maior cotação intradia desde a criação do real e superou a marca psicológica de R$ 6 (Imagem: Getty Images/Canva Pro)

Nesta quinta-feira (28), o dólar à vista (USDBRL) renovou recorde intradia e de fechamento — pela segunda vez consecutiva.

Na comparação com o real, a divisa norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,9895 (+1,29%). Esse é o maior nível de fechamento, em cotação nominal, desde a criação do real e superou o recorde registrado na véspera (27), quando o dólar fechou a R$ a R$ 5,9135. 



Durante a sessão, a moeda também bateu a máxima intradia histórica a R$ 6,0036 (+1,52%). A maior cotação intradia anterior era de R$ 5,9718, registrado em 14 de maio de 2020, no auge da pandemia da Covid-19.

O que mexeu com o dólar hoje?

A disparada da moeda deve-se ao anúncio do pacote fiscal, que incluiu a isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil mensais —  uma das promessas da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ontem (27), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou o corte de e R$ 71,9 bilhões nos próximos dois anos, sendo R$ 30,6 bilhões em 2025 e R$ 41,3 bilhões em 2026. O impacto estimado até 2030 é de R$ 327 bilhões.

Segundo o chefe da pasta econômica, o impacto da isenção do IR será “neutralizado” por um aumento na taxação de salários acima de R$ 50 mil — o que tem sido considerado “insuficiente” pelo mercado.

Isso porque a isenção do IR, estimada em R$ 50 bilhões anuais, supera os cortes de gastos previstos, gerando dúvidas sobre o real compromisso do governo com o equilíbrio orçamentário.

“O motivo do estresse é a diminuição da credibilidade das medidas de contenção de despesas, já que a mudança no IR caminha no sentido de diminuição da arrecadação, o que tende a limitar o efeito dos cortes que serão anunciados, e pode gerar inflação pela maior circulação de dinheiro na economia real”, afirma Paula Zogbi, gerente de Research e head de conteúdo da Nomad.

“Também restam dúvidas se a compensação pela tributação de pessoas com renda acima de R$ 50 mil por mês de fato será suficiente para compensar essa renúncia”, acrescenta.

Para ela, uma possível desidratação das medidas durante a tramitação no Congresso teria “consequências negativas” para o câmbio e para os mercados, podendo levar o dólar para patamares ainda acima do atual nível de R$ 6.

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Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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