Dólar

Dólar emplaca terceira queda consecutiva, mesmo com retorno de Trump à Casa Branca, e fecha a R$ 5,67

06 nov 2024, 17:01 - atualizado em 06 nov 2024, 17:15
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O dólar superou R$ 5,86 com a vitória de Donald Trump nas primeiras horas do pregão; moeda perdeu força ante o real com fiscal no radar (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)

O dólar à vista (USDBRL) terminou a sessão desta quarta-feira (6) em queda pelo terceiro dia consecutivo, depois da moeda encostar em R$ 5,90 nos primeiros minutos do pregão. O real ganhou força com expectativas de anúncio de medidas fiscais e da decisão sobre os juros.

Na comparação com o real, a moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,6759 (-1,26%).



O desempenho destoou da tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, teve alta de 1,67%, aos pontos, hoje.

O que mexeu com o dólar hoje?

O dólar acelerou os ganhos na primeira hora de negociações. O indicador DXY superou os 105 mil pontos — no maior nível em quatro meses.

Na comparação com o real, o dólar superou, mais uma vez, a marca de R$ 5,80. Na máxima do dia, a moeda norte-americana atingiuR$ 5,8619 (+1,97%). O peso mexicano e o real estiveram entre as moedas mais afetadas pela vitória de Donald Trump hoje.

Com o republicano na presidência dos Estados Unidos, os investidores esperam as políticas de expansão de gastos públicos levem a uma inflação e a um crescimento mais altos do que teriam sido em um governo da democrata Kamala Harris. Isso significará que o Federal Reserve precisará manter os juros elevados para evitar o superaquecimento da economia.

Ao mesmo tempo, os planos de Trump de impor tarifas sobre o comércio, forçar os aliados europeus a pagar mais pela defesa e a desconfiança em relação às instituições multilaterais provavelmente pressionarão o crescimento em outras partes do mundo, aumentando a procura pelo dólar. E, seguindo a lei de oferta e demanda, quando maior a busca pela moeda, os preços sobem.

Vale lembrar que os investidores também ficam na expectativa pela reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve, que acontece nos dias 6 e 7 de novembro.

O consenso é de corte de 25 pontos-base, o que levaria os juros norte-americano a faixa de 4,50% a 4,75% ao ano. A decisão será divulgada na quinta-feira (7), acompanhada da coletiva de imprensa do presidente do Fed, Jerome Powell.

No cenário doméstico, a expectativa pelo anúncio de medidas fiscais pelo governo reduziu os ganhos do dólar ante o real.

Esta semana, o  ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que todos os ministros do governo estão “muito conscientes” da tarefa de reforçar o arcabouço fiscal, acrescentando que a rodada de reuniões pedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discussão de medidas fiscais foi concluída.

O chefe da pasta econômica também afirmou que o próximo passo de Lula provavelmente será pedir conversas com os presidentes das duas Casas do Congresso, para que se discuta o envio das medidas fiscais para análise dos parlamentares, em entrevista a jornalistas.

Os investidores também operar na expectativa pela a decisão de sobre o juros.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulga a decisão hoje (6) depois do fechamento do mercado. O consenso é de alta de 50 pontos-base na Selic, a 11,25% ao ano.

*Com informações de Reuters 

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Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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